Aos profissionais de títulos de comunicação social é exigida formação integrada na área do jornalismo e na organização empresarial. Ao jornalista não são apenas pedidas competências de redacção, também de uso da imagem e tratamento gráfico. Uma certeza comunicada aos participantes no VI Congresso da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã por Fernando Cascais, Presidente do CENJOR, que adiantou planos de formação integrada a desenvolver por aquele centro de ensino para jornalistas, neste momento em fase de planeamento.
Publicidade e assinaturas
A formação empresarial inclui aspectos administrativos e de gestão, como os que se referem à angariação de publicidade e de assinaturas. No painel que preencheu a tarde dos trabalhos do Congresso da AIC João Palmeiro e João Moraes Palmeiro adiantaram indicadores de mercado que ajudam a definir estratégias nesta área.
Na publicidade, os estudos apresentados concluem que o principal segmento publicitário em crescimento é o marketing directo: o que divulga produtos a públicos específicos. Para João Palmeiro, a imprensa regional, nomeadamente a de inspiração cristã, pode ser “cliente” desta metodologia de publicidade porque tem os seus públicos definidos, é capaz de identificar perfis e localizar os leitores dos respectivos títulos, por ser distribuída maioritariamente por correio, por assinatura.
A angariação de novas assinaturas e as vantagens da distribuição dos títulos de imprensa por assinatura também mereceram a análise do Congresso. João Moraes Palmeiro defendeu a reestruturação necessária nas redacções para se passar para a lógica de distribuição por assinatura, porque é mais barata, não gera sobras, permite tornar as edições como produto de marketing directo e oferece facilidades de acesso aos títulos por parte dos leitores (uma vez que chegam a casa).
Internet
Não são animadoras as sondagens sobre possíveis compradores de produtos de informação na Internet. Diante da questão “vale a pena apostar em conteúdos pagos na Internet” a resposta é 96% negativa; e apenas 4% das respostas são positivas à questão “pensa subscrever conteúdos pagos”.
Os números foram apresentados no Congresso por Nelson Rodrigues (responsável pela publicação on line do Diário do Minho). Foram também adiantados indicadores que confirmam as vantagens em publicar em sítios da Internet os conteúdos de edições impressas. Quase 90% dos utilizadores da internet diz que consulta páginas de informação. Por outro lado, a publicação on line permite informação actualizada ao longo do dia e pode oferecer um conjunto de ferramentas que a edição impressa não possibilita: motor de pesquisa, notícias relacionadas, comentários, fóruns de discussão, etc. A página da internet, para além de conferir notoriedade e visibilidade a títulos da imprensa, permite ainda aceder aos conteúdos em qualquer local e a qualquer hora.
Parcerias
O profissionalismo editorial e as exigências empresariais apresentadas na tarde de ontem do Congresso da AIC vieram justificar, de novo, a necessidade de se estabelecerem parcerias entre diferentes títulos. O Cón. António Rego, Director do Secretariado das Comunicações Sociais, defendeu essa necessidade devido aos enquadramentos actuais da comunicação social, mas também pela natureza específica dos meios de comunicação social de inspiração cristã: meios que pertencem ou se relacionam com a Igreja Católica e que, por isso, unidos por objectivos comuns.
Na sua intervenção, o Director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais adiantou a possibilidade de se progredir na concretização de parcerias através de estruturas já existentes: a AIC, por um lado, e a Agência Ecclesia, por outro.
No que se refere a aspectos empresariais, a Associação que reúne os títulos de inspiração cristã poderá ser mediadora para parcerias no âmbito da publicidade, da organização empresarial, no diálogo com instâncias estatais.
Por outro lado, a Agência Ecclesia, oferece já a possibilidade de reunir parceiros para a produção de conteúdos. A página de internet (www.agencia.ecclesia.pt) já não é, apenas, produto da redacção dessa agência de notícias da Igreja Católica em Portugal. Existe já um conjunto de jornalistas que, em diferentes pontos do país, enviam para a agência os conteúdos produzidos para os próprios jornais que, através daquele sítio da internet, chegam a mais leitores.
As ferramentas da internet foram avançadas como meios privilegiados para fazer circular conteúdos (textos e imagens) entre os vários títulos da imprensa de inspiração cristã, sem custos significativos e de forma eficaz.