Nacional

Congresso Internacional "O Órgão de Tubos e a Liturgia, hoje"

Sérgio Carvalho
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Conclusões

No encerramento deste Congresso Internacional «O Órgão e a Liturgia, hoje», no 1.º centenário do Motu Proprio «Tra le sollecitudini» e na iminência do 40.º aniversário da promulgação da Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, congratulando-se com – o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na pessoa do seu Reitor, pela feliz iniciativa – a adesão nacional e internacional de participantes tão qualificados e representativos: liturgistas, organeiros, organólogos, organistas, compositores, musicólogos, directores de Música na liturgia, arquitectos, agentes vários da pastoral da Igreja e da música na liturgia em especial; – o facto de este Congresso ter proporcionado um amplo debate em que foram contempladas todas as vertentes relacionadas com o órgão de tubos na Igreja e na sua Liturgia em conferências, comunicações, debates, concertos e celebrações de elevada qualidade, a ponto de se desejar que no futuro haja iniciativas similares; – a afirmação crescente de um movimento nacional em favor do órgão de tubos (recuperação, aquisição, utilização e conservação), e constatando que: – a música é parte integrante da Liturgia de sempre e que a reforma litúrgica, longe de diminuir a importância do órgão, lhe abriu novos horizontes – que o órgão de tubos, desde sempre e também hoje, segundo a lógica e o dinamismo da Incarnação, nos provoca para o encontro, a harmonia e o diálogo entre o divino e o humano, o transcendente e o imanente, a fé e a cultura, a Igreja e o Estado, contribuindo para a aproximação dos homens independentemente de todas as diferenças, A Comissão científica formula os seguintes votos: 1. Que a Igreja em Portugal assuma como incumbência própria a criação de condições para que o órgão de tubos e os organistas possam efectivamente cumprir a sua missão; 2. Seja criada a figura do «Músico de Igreja» com estatuto reconhecido; 3. Seja particularmente cuidada a qualidade musical da Liturgia nas catedrais; 4. Se aposte na formação do organista para a Liturgia a todos os níveis (diocesano, nacional) e graus e em todas as vertentes (litúrgica, técnica e pastoral); 5. Seja constituída uma comissão paritária entre a Igreja e o Estado para equacionar as responsabilidades respectivas em relação a toda a problemática do órgão de tubos; 6. Sejam reconhecidos pelo Estado os títulos académicos de Música Sacra com todos os efeitos profissionais; 7. Que na aquisição de novos instrumentos e na recuperação dos existentes se privilegiem critérios de comprovada qualidade; 8. Que se incentive a composição de novos repertórios musicais para o órgão de tubos. Fátima, Festa de Santa Cecília de 2003.


Música Sacra