No passado dia 23 de Novembro, Domingo de Cristo Rei, reuniu-se o Conselho Pastoral Diocesano, presidido pelo Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis.O tema escolhido para a primeira sessão ordinária deste ano pastoral foi a “iniciação cristã de jovens e adultos”.
Antes da reflexão do tema proposto, alguns conselheiros apresentaram preocupações que poderão vir a ser objecto de estudo pelo conselho:
- o número crescente de famílias a passar graves dificuldades económicas;
- a urgência de descobrir novos modelos para a formação das crianças e jovens;
- a ausência de cristãos na área da política e em cargos públicos, expressão de uma crescente separação entre a fé, a vida pública e a cultura.
Das reflexões sobre o tema proposto ao Conselho, destacam -se conclusões como:
- o centro de toda a evangelização passa pela restituição à pessoa humana da sua verdadeira dignidade, revelada e oferecida em Jesus Cristo.
- os meios de comunicação modernos podem e devem ajudar a provocar o encontro/relação pastoral, mas nunca substituir o contacto pessoal, essencial para a evangelização.
- ainda prevalece muita ignorância relativamente à Sagrada Escritura, apesar do grande esforço destes 3 anos do Triénio da Bíblia e dos seus bons frutos.
- a vida cristã já não sobrevive apenas com a eucaristia dominical. Grande parte das famílias já não vive uma prática cristã. Cada vez mais a comunidade tem que dar uma resposta formativa aos pais e educadores das crianças. Porque não o fazer durante a catequese das crianças e dos jovens?
- o consumismo é o horizonte possível do mundo e tem como consequência a submissão da pessoa ao êxito profissional e ao dinheiro. Os pais sentem-se pouco motivados para a formação da fé.
- são necessárias novas propostas para a formação da faixa etária dos 30-50 anos.
- proporcionar actividades/convívios com os pais pode constituir uma oportunidade à formação e ao reforço de laços de amizade, entre os educadores, os catequistas e a comunidade.
- necessidade de ter formadores com uma formação cristã mais sólida. Organizar cursos entre paróquias “vizinhas”, para promover o incentivo e facilitar o acesso à formação.
- dar prioridade à iniciação cristã dos jovens e adultos.
Após o momento da partilha dos grupos e da síntese feita pelo Padre José Lobato, Vigário Geral. D. Gilberto em tom conclusivo da ordem de trabalhos deixou aos conselheiros e à diocese questões interpelativas: «Será que estamos a preparar convenientemente os cristão para este mundo? Como deverá ser esta preparação? Será que não aplicamos um esforço excessivo nas questões internas da comunidade? Não estará a Igreja demasiado virada para si mesma?
Acrescentou que cada cristão é chamado por Jesus a dar um testemunho explícito da sua fé, não apenas na Missa dominical mas na sua vida de todos os dias.
É a pessoa de Jesus aquele que nos deve atrair e não a Igreja. A Igreja deve servir apenas como o espaço único de possibilidade de encontro com Jesus.
D. Gilberto lembrou que a luta pela Justiça e Paz faz parte integrante da fé da Igreja, e, por isso, da fé dos discípulos que a constituem. E assim, terminou agradecendo aos presentes o empenho na reflexão desta importante temática.
Comissão Permanente