Nacional

Cozido de Riba de Âncora juntou mais de mil pessoas

Diário do Minho
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Recolha de fundos para igreja paroquial

Mil, cento e três pessoas sentaram-se, ontem, à mesa para apreciar o segundo “mega-cozido” da comunidade paroquial de Riba de Âncora, concelho de Caminha, num gesto de fraternal convívio e generosa partilha de fundos para a recuperação da igreja paroquial. Para o pároco da comunidade, esta é uma oportunidade para «conviver e solidificar a comunhão que já existe» porque, nos dias que correm, as ocasiões de encontro revelam-se escassas, daí que Riba de Âncora tenha escolhido a solenidade da Sagrada Família para a realização deste encontro da «família paroquial», recorrendo a uma quinta na vizinha comunidade de Vile. O padre Manuel Joaquim referiu que cerca de «90 por cento da população da comunidade» estava presente, tendo, no início da refeição, adiantado: «um lugar da freguesia não tem lá ninguém porque vieram todos para aqui». Mas este encontro-refeição contou com a participação de pessoas de freguesias vizinhas e mesmo de outros concelhos. É o caso de Joaquim Gonçalves, de Viana do Castelo, que se deslocou a Âncora com a família e alguns amigos para comer o cozido à minhota, como se lhe referiu o presidente da Região de Turismo do Alto Minho, Francisco Sampaio, Joaquim Gonçalves, adiantou ao Diário do Minho que o que lhe chamou atenção foi a finalidade da realização do cozido e, por ser «um acto bom», resolveu aderir. Este talhante de profissão não se fez rogado nos elogios ao cozido, quer quanto aos seus ingredientes, «de grande qualidade com todos os matadores», quer quanto à forma célere como tudo foi servido, «quentinho para não perder qualidades». Para Joaquim Gonçalves e amigos, esta «é uma realização de louvar». Jorge Sales — um dos rostos da organização deste cozido, que já vai na sua segunda edição e que tem a continuidade garantida — era um homem satisfeito com a adesão, pois já tinha sido « largamente superado o número de pessoas que tinham participado no ano passado». Este facto permite aspirar a inscrever a iniciativa no Guiness dos recordes como o maior cozido jamais servido em Portugal. Quanto à recolha de fundos para igreja paroquial, uma vez que o preço da refeição por pessoa era de dez euros, acaba por ficar secundarizado, calculando Jorge Sales que possam ser arrecadados uns 5 mil Euros. Segundo o padre Manuel Joaquim, ainda falta recuperar uma boa parte da igreja paroquial de Riba de Âncora, cujas prioridades se repartem entre terminar o restauro do retábulo e a recuperação do piso original da igreja, cujo actual mosaico «é de muito mau gosto». Posteriormente, deverá ser retocado o telhado, renovado o tecto e, finalmente, uma intervenção no exterior e adro que actualmente se encontra em cimento, um investimento global da ordem dos 100 mil Euros. Tudo em grande No mega-cozido à minhota de Riba de Âncora foram confeccionados e servidos mais de duas toneladas de ingredientes, confeccionadas ao longo de 30 horas e cozidas em cinco horas. Uma equipa de dez pessoas, chefiadas pela cozinheira Fátima Pinto, entregou- se à azáfama de preparar tudo para que o cozido pudesse ser “empratado” em 15 minutos para «não perder qualidades». Uma equipa de 30 pessoas serviu a uma velocidade estonteante as mais de mil pessoas que puderam saborear o prato ao som de música popular minhota intercalada com alguns fados. Foram servidos cerca de 700 quilos de carne e enchidos e mais de 1500 litros de vinho, água e refrigerantes. A organização do evento contou com a oferta de duas vacas, cinco porcos, 150 frangos e muitos quilos de legumes.


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