Nacional

Crianças e Jovens em Risco

Pe. José Maia
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I Jornadas «Nas rotas da exclusão»

Das I Jornadas realizadas por iniciativa da Fundação Filos em parceria com a Câmara Municipal da Maia, subordinadas ao tema “ Crianças e Jovens em Risco”. Resultaram as seguintes Conclusões/Propostas: - A dimensão e complexidade das mudanças sociais reclamam novas políticas capazes de inverter o rumo de muitos factores geradores e multiplicadores de situações que provocam graves riscos nas crianças e jovens. - A nova vaga de propostas para retirar as crianças de certas situações de riscos, tais como a adopção, as famílias reconstruídas e outras, recomendam que haja uma especial atenção à salvaguarda dos direitos das crianças que devem prevalecer sobre as vontades de quem as quer ajudar. - A constatação de que é cada vez maior o número de crianças que preferem “alternativas à escola” em substituição da própria escolas, recomenda que deve ser a escola a ponderar as profundas alterações que novos interesses e expectativas das crianças e jovens dela esperam, como condição para a ela regressarem. - Em vez de se culpar a sociedade, que é anónima, pelas situações de riscos que as crianças e jovens experimentam, não será mais eficaz ter a coragem de identificar o que é da responsabilidade dos pais, dos educadores, do Estado, da própria comunicação social? - É chegada a hora de as Escolas e/ou Institutos Superiores e Universidades encontrarem formas adequadas de propiciarem aos seus alunos durante os respectivos cursos um contacto, no terreno, com as temáticas sociais e os técnicos que nelas trabalham. - Urge prestar uma especial atenção aos adolescentes entre os 13/15 anos, uma vez que próximo destas idades que se podem construir ou destruir projectos de vida. - Estamos num tempo em que é necessário valorizar a exigência como factor de educação, percebendo que às vezes é preciso dizer “não” na hora, mesmo com risco de chantagens, para depois ouvir um “sim” na vida, em consequência de uma educação misturada de afectos com responsabilidades. - É urgente treinar técnicos de terreno e construir formas de apoio social para trabalhar com pessoas famílias que moram na rua, à margem de todos os sistemas - Para além dos habituais riscos de” abuso sexual” e” maus tratos físicos” ,convém prestar uma especial atenção aos riscos representados pela “negligência” e “abusos psicológicos” - Quem trabalha com crianças e jovens em risco deverá primeiro aprender, para depois ensinar a fazer uma boa “gestão das emoções”, dos desajustamentos psicológicos. É papel essencial de pais e educadores criar “ambientes emocionais seguros” como condição essencial para que, quem se vir envolvido em situações de risco, possa aprender a lidar com estas contrariedades de tão grande impacto psicológico. Porto, 7 de Março de 2005 Pe. José Maia


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