Nacional

«Crise das vocações» deve ser vivida com serenidade

Paulo Gomes
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A problemática da crise vocacional «não é nenhuma tragédia, mas é uma inquietação » que deve ser vivida «com serenidade e confiança », disse ontem D. José Pedreira na presença de umas dezenas de consagrados de todas as Congregações Religiosas da Diocese de Viana do Castelo. Na celebração que teve lugar na comunidade paroquial da Meadela, na qual se evocou os 25 anos de Profissão Religiosa da Irmã Fernanda Afonso e os 70 dos padres António Oliveira e Inácio Correia, assim como os 55 anos de sacerdócio do padre Manuel Azevedo, o Bispo de Viana do Castelo recordou que «as vocações nunca faltaram na história da Igreja» porque se adaptaram aos desafios de cada tempo. «Estou convencido que os jovens quando virem a alegria e a felicidade da entrega à missão serão interpelados e talvez se abram à monção do Espírito Santo », afirmou o prelado. A cultura secularizada, a baixa natalidade e os projectos que os pais fazem para os seus dois ou apenas um filho, assim como uma tendência para o não compromisso de vida, seja em que circunstância for, mesmo no casamento, são, na opinião de D. José Pedreira, as causas fundamentais para esta situação de falta de vocações consagradas. A solenidade da Apresentação de Jesus no Templo é, antes de mais, a «celebração da realização do projecto de Deus», referiu o bispo diocesano, sublinhando que aquele gesto figurava «a entrega definitiva de Cristo como oblação total a Deus Pai». Os consagrados são sinal desta entrega radical plenamente ao serviço de Deus, da Igreja e da humanidade. A vida dos consagrados, advertiu o prelado, ou é «expressão desta radicalidade de entrega ao Senhor, ou, vivida a meias, com um pé dentro e outro fora, perde o seu sentido e título de vida nova». Este «sinal profético», o qual em todos os tempos haverá sempre quem abrace, espelha-se na acção destes homens e mulheres em todos os campos e sectores da Igreja, das escolas às universidades, dos mais jovens aos mais idosos, dos mais carenciados aos lugares mais difíceis e de mais risco para o anuncio do Evangelho, explicou D. José Pedreira, dizendo que é por todo este ministério e mistério que a Igreja lhes dedica «grande estima e reconhecimento ». Paulo Gomes/Diário do Minho


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