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Crise de vocações é crise de cultura

Nuno Rosário Fernandes
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Bispo de Viseu reflecte sobre a pastoral vocacional

A crise de vocações “é uma crise cultural” que se reflecte em vários âmbitos que vão desde “a crise da vocação ao matrimónio, à vida política, à vida sindical e até à vida associativa”. Esta é uma posição defendida pelo Bispo de Viseu, D. António Marto, numa reflexão que tem vindo a apresentar a sacerdotes e agentes da pastoral sobre a temática das vocações. D. António Marto justifica esta crise cultural derivada da “cultura reinante da incerteza e da confusão, causada pelo relativismo e pelo vazio de ideais, de valores, de referências e modelos fortes, que desemboca por sua vez na cultura da indecisão”, acrescentando que “os jovens têm temor, receio e medo de tomar opções e assumir compromissos fortes, exigentes e duradoiros”. Crise que, afirma, “repercute-se também na Igreja”. Numa análise à realidade da diocese que pastoreia, D. António Marto reconhece que naquelas comunidades cristãs “reina uma amnésia vocacional”, sublinhando que a maior parte dos nossos cristãos pensa que isso da vocação é assunto do bispo e dos padres”. A questão das vocações é uma problemática que está vinculada à pastoral da comunidade cristã e, salienta o bispo de Viseu “requer uma pedagogia própria”, ou seja, linhas pedagógicas em ordem à animação vocacional. Numa reflexão de carácter teológico o prelado aponta diversos aspectos, destaca que “cada um na comunidade (família, catequistas, padres…) tem um talento próprio a fazer frutificar na acção comunitária, para a preparação do terreno e para a sementeira de todas as vocações”, responsabilizando, deste modo, todos, e cada um, pelo futuro da Igreja. Nesta reflexão D. António Marto reconhece a necessidade de ter animadores vocacionais nas comunidades e na diocese, para os quais apresenta determinadas qualidades a ter em conta tais como “educador e formador”, “propositivo e corajoso”, “coerente e essencial”, “alegre, contente e credível”. A opção vocacional é consequência da vitalidade de dinamismos que devem ser alimentados por uma vida sacramental e por outros itinerários vocacionais específicos. Notícias relacionadas • “Da alegria de ser chamado à coragem de chamar”


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