Crise: Modelos baseados no crescimento económico prejudicam Portugal, diz especialista
O importante «não é ter muito mas ser melhor», sustenta Rogério Roque Amaro
Lisboa, 05 nov 2012 (Ecclesia) – Portugal deve esquecer o desenvolvimento baseado no crescimento económico e adotar modelos que privilegiem a qualidade em detrimento da quantidade, considera o professor universitário Rogério Roque Amaro.
A crise atual revela a “insustentabilidade de um modelo de sociedade onde a economia era o fator decisivo”, afirmou o economista no programa 70X7 transmitido este domingo na RTP-2.
O crescimento económico nacional era “claramente insustentável do ponto de vista dos custos sociais e ambientais, para não falar da arrogância cultural entre povos”, defendeu o especialista, que questionou o retorno a teorias que implicam a “perda de democracia em que as pessoas acreditam”.
[[v,d,3554,]]O regresso ao “‘quantitativismo’” dos consumos e rendimentos, traduzidos na “obsessão da modernidade que é ter e produzir muito”, vai “provavelmente” ter de ser substituído por um modelo baseado na “qualidade”, onde o importante “não é ter muito mas ser melhor”, afirmou.
“Isto é uma rutura em relação ao conceito de sociedade, desenvolvimento e economia que tínhamos. Temos de nos preparar para uma economia de desenvolvimento sustentável”, frisou o docente do ISCTE-IUL (instituto Universitário de Lisboa).
Rogério Roque Amaro criticou também as faculdades de economia que “continuam a seguir o modelo do passado”, seguindo “a lógica dominante” das instituições de ensino mais conhecidas, sobretudo dos EUA, como acontece nas universidades Nova e Católica.
70X7/RJM
Economia Portugal