O Bispo de Viana do Castelo, na Sé Catedral durante a celebração do Domingo de Ramos, exigiu que os fiéis clarifiquem a sua posição pessoal face a Cristo, desafiando-os, nomeadamente, a definirem o lugar que atribuem ao «acontecimento de Jesus» na história pessoal e da humanidade.
O Prelado Vianense, depois de caminhar de remo na mão, entre a igreja da Misericórdia e a Sé Catedral, numa expressão de comunhão de louvor a Jesus, Páscoa da Humanidade, convidou a meditar nas «atitudes de todos aqueles que participaram no drama da Paixão de Jesus», cuja narração dialogada tinha acabado de ouvir. Procurando, em breve pinceladas, traçar o quadro, o Bispo vianense falou da surpresa que tal acto constitui para alguns, o escândalo causado noutros, a indiferença ou timidez de muitos que ficaram à distância e os que activamente participaram na traição acusando, negando e maltratando. Contudo, como no maiores dramas, outros houve que se «compadeceram» como aquele homem que regressava do campo e ajudou a carregar a cruz (Simão de Cirene), o dito “bom” ladrão, as santas mulheres, a própria Mãe, e «todos aqueles que através do séculos nunca deixaram de O amar».
«Este quadro – considera D. José Pedreira – mantém toda a actualidade no nosso tempo» porque Jesus continua a despertar «atitudes e sentimentos contraditórios, não muitos diferentes» dos que foram relatados. Basta lançar um olhar através do mundo, continuou, e poderemos observar a vida e sofrimento de tantos homens e mulheres vítimas da guerra, do terrorismo, da exploração pelos poderosos, assim como os pobres, doentes, doentes e marginalizados.
Face ao quadro de hoje, em tudo semelhante ao do Calvário, D. José Pedreira quer os vianenses em sintonia de reflexão numa análise pessoal de posicionamento de vida face a Cristo, questionando a colaboração pessoal na obra da salvação e se cada um continua na disponibilidade de “querer ver Jesus”.
No início da Semana Santa, durante a qual a Igreja «celebra os mistérios mais altos da salvação operada por Cristo», o Prelado sublinhou que os Ramos conferem o «sentido de vitória sobre a morte pelo triunfo do ressuscitado».
No “Dia Mundial da Juventude”, cujo momento culminante será em Agosto na Alemanha no grande encontro como Papa, D. José Pedreira convidou o jovens vianenses a fazerem tudo que está ao alcance para tornar realidade o encontro com Cristo.
Considerando que, na actualidade, «ninguém persevera no testemunho pelas grandes causas se lutar sozinho», desafiou que se organizem em «grupos ou associações».
Nesta busca de felicidade, D. José Pedreira apontou como primordial «descobrir e acreditar que Deus nos ama» e que a vocação cristã fundamental é «amar a Deus».
Falando a um pequeno grupo de jovens presentes e fazendo deles porta-vozes desta mensagem junto dos outros jovens, recomendou «a meditação assídua da Palavra de Deus, a prática reconfortante dos sacramentos e o diálogo espiritual pela oração».
