Primeiro dia do congresso internacional para a nova evangelização, em Lisboa, com uma conferência do professor Walter Osswald sobre questões da cultura da vida.
Perante uma numerosa assistência, que encheu o mosteiro dos Jerónimos, no primeiro dia do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE), Walter Osswald, professor catedrático de Medicina jubilado, dissertou sobre diferentes visões da vida e questões de bioética.
“Mesmo o não crente aceita que a vida é um dom”, afirmou o professor, para em seguida explicar que “a pessoa não é dona da sua vida, nem da dos outros; apenas se pode considerar gestora da vida”.
Embora as concepções pós-cristãs não aceitem esta visão, Walter Osswald enumerou diversos pontos comuns entre crentes e não crentes. Entre outros referiu a “noção da dignidade intrínseca da pessoa humana”, “a sua autonomia” e “o reconhecimento do valor do ser humano”.
O professor Walter Osswald passou em seguida a debruçar-se sobre o aborto para referir que “todos estão de acordo” em considerá-lo um mal. “Fora de certas condições todos estão de acordo que se deve considerar um crime”. A diferença acentua-se quando se fala das “circunstâncias e dos prazos” em que o aborto é praticado.
Tendo-se demorado longamente sobre esta questão, o professor elencou uma série de questões actuais sobre as quais se poderia ter debruçado, mas que a falta de tempo o impediu.
Antes de terminar, o catedrático ainda sublinhou que “a cultura da vida tem forte fundamentação na lei natural”. A defesa e a promoção da vida não é “específico da mundividência cristã”.
Elísio Assunção