Bispo do Porto assinalou as suas Bodas de Prata Episcopais com um olhar sobre o futuro
D. Armindo Lopes Coelho apresentou ontem um balanço dos seus 25 anos de episcopado e revelou os seus projectos e preocupações para o futuro da Igreja no Porto.
Na homilia da Eucaristia de Bodas de Prata Episcopais, o Bispo do Porto sublinhou a necessidade de construir “um Cristianismo de solidariedade e comunhão, de paz, partilha e perdão”.
"Todos queremos viver um Cristianismo esclarecido e crítico que recusa a intolerância religiosa e não pactua com fundamentalismos. Um Cristianismo de acção numa igreja de todos na qual a hierarquia e o laicado conheçam o seu lugar e função para realizarem com harmonia a tarefa comum que é estar no mundo para ser sinal e caminho de salvação", acrescentou.
Em dia de festa, D. Armindo Lopes Coelho preferiu definir prioridades para o futuro a recordar as acções tomadas ao longo dos 25 anos como Bispo. E não o fez só em relação à diocese do Porto.
Na presença do colégio episcopal português e de algumas personalidades políticas, o prelado assinalou que tem como “indiscutível prioridade pastoral” a evangelização.
“De facto, nos vários níveis ou áreas de inculturação do Evangelho ou de evangelização de povos, culturas, estruturas ou indivíduos, surgiram e perduram apelos naturais e sinais significativos de que, sendo imperioso promover uma nova evangelização, também em não poucos casos é necessário fazer o primeiro anúncio do Evangelho”, afirmou, tendo em vista a realidade portuguesa.
O Bispo do Porto aproveitou para dizer que, cada vez mais, a prioridade da Igreja é a aproximação dos seus valores aos jovens e à família. “A família cristã é para nós símbolo e referência de valores a defender e promover no ambiente da sociedade civil”, assegurou.
D. Armindo Lopes Coelho afirmou ainda que dedicará «especial cuidado à evangelização e acompanhamento espiritual dos jovens, que “devem ser educados para descobrirem a própria vida como vocação”.
“A vocação baptismal está na primeira linha da evangelização e da vida cristã, mas as vocações de consagração (sacerdotais, religiosas e missionárias) pertencem ao núcleo essencial da Igreja e são essenciais para a evangelização, dinamismo e o crescimento da mesma Igreja”, acrescentou.
A dimensão social não esteve ausente desta homilia, com D. Armindo a assinalar que a globalização que caracteriza o mundo actual deve originar uma “globalização na caridade, sem marginalização”, na defesa da dignidade da pessoa humana e da solidariedade.
“Justiça social, solidariedade e caridade são dimensões da evangelização e garantes da sua credibilidade e eficácia”, apontou.
Ainda ontem foi conhecida uma mensagem de felicitações de João Paulo II ao Bispo do Porto, onde se pode ler que “da tua acção têm beneficiado não só o povo de Deus a ti confiado, mas também muita outra gente, como é bem testemunhado pelo prestígio de que gozas no seio da Conferência Episcopal Portuguesa”.
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