A todos os peregrinos presentes este Domingo, 1 de Junho, em Fátima, na Eucaristia Internacional das 11h00, celebrada no Recinto de Oração do Santuário, D. Eurico Dias Nogueira reafirmou a importância do fenómeno da peregrinação, ligado à religiosidade popular e que a Igreja Católica sempre desenvolveu, a par da oração litúrgica centrada na celebração da Eucaristia e dos Sacramentos.
“A peregrinação sempre fez parte da vida religiosa da Humanidade; não é invenção dos cristãos. As outras religiões têm também os seus santuários, onde os crentes se dirigem em devotas homenagens”, afirmou o Arcebispo Emérito de Braga, recordando de seguida os principais locais de peregrinação do mundo para várias religiões.
O prelado recordou e contextualizou também as primeiras peregrinações dos cristãos, salientando as peregrinações a lugares “onde se sente mais a presença de Deus e (se) experimenta melhor a ligação a Ele, por Cristo, os Anjos e os Santos, especialmente Nossa Senhora, Mãe de Jesus e de todos nós”, como os túmulos dos mártires, nas catacumbas de Roma, ainda antes da liberdade religiosa, e, mais tarde, e também até à actualidade, Jerusalém e outros lugares da Terra Santa, Roma e Compostela.
D. Eurico evocou de seguida alguns dos mais conhecidos santuários da Europa e do mundo e, fixando-se em Portugal, falou de Fátima e dos Santuários de Nossa Senhora da Conceição no Sameiro e em Vila Viçosa.
Sobre Fátima, o prelado destacou que “é sempre um lugar onde os fiéis acorrem, individual ou colectivamente, ou seja, por devoção particular ou comunitária devidamente organizada, com diversos objectivos, como sejam: orar em comum, escutar a Palavra de Deus, celebrar a Eucaristia, receber a absolvição sacramental e instruções práticas, cumprir promessas; e também confraternizarem, sentindo-se irmanados em família”.
Ouviram estas palavras de D. Eurico milhares de peregrinos, alguns deles a participar nesta Eucaristia Dominical inseridos em grupos organizados, previamente inscritos no Serviço de Peregrinos do Santuário.
Peregrinaram a Fátima oriundos dos seguintes países: Alemanha, Espanha, Irlanda, Itália, Portugal e República Checa, num total de quarenta e quatro grupos de peregrinações. Um pequeno grupo “Missione Cattolica Italiana” trouxe peregrinos de diferentes países e três peregrinações portuguesas tinham âmbito nacional: um grupo de ex-militares, o grupo do Encontro Matrimonial e a grande peregrinação anual da Família Redentorista, que peregrina este a ano a Fátima pela 56ª vez.
Sobre este grupo da Família Redentorista, D. Eurico Dias Nogueira escolheu recordar a figura “simpática e marcante do seu fundador”, S. Afonso Maria de Ligório, que, recordou o Arcebispo Emérito de Braga, “traçara para si cinco normas ou princípios, que tinha sempre presentes no espírito: ciência, diligência, justiça e fidelidade” e que, após o augúrio de uma carreira brilhante na área da advocacia, despe a toga e passa a dedicar-se exclusivamente à Igreja, tendo sido ordenado sacerdote com 30 anos, em 1726, e fundador da família religiosa Congregação do Santíssimo Salvador, depois alterada para Redentor, aprovada pelo Papa Bento XIV em 1749.
“A sua Congregação encontra-se agora presente em meio Mundo: nada menos de 74 países, quer na velha cristandade, quer no campo missionário. Também Portugal tem beneficiado do zelo pastoral da Família Redentorista”, sublinhou o prelado evidenciando que a peregrinação anual ao Santuário de Fátima “é prova e expressão da sua vitalidade” dos redentoristas.
Nesta Eucaristia destacou-se, pela farda azul que usavam os seus elementos, um grupo de peregrinos espanhóis que pela 18ª vez peregrinava a Fátima: San Miguel Arcangel, associação cristã católica, fundada por Miguel Rosendo da Silva, que escolheu este ano de 2008 como lema da peregrinação a Fátima “Maria Mãe das Crianças”.
Em breve declaração à Sala de Imprensa do Santuário um jovem elemento do grupo, Marcos, sublinhou o feliz acaso de o tema escolhido para a peregrinação coincidir com a celebração do Dia Internacional da Criança. E porque, afirmou, o papel das crianças é muito importante para a Igreja, porque acompanhando-as também as suas famílias participam mais activamente na vida da Igreja, no momento do ofertório, um conjunto de crianças do Grupo San Miguel Arcangel ofereceu rosas brancas a Nossa Senhora de Fátima.
No final da Eucaristia, repetiu-se a emoção do Adeus, com o regresso da imagem de Nossa Senhora à Sua Capelinha.
LeopolDina Simões, Sala de Imprensa