D. Ximenes Belo nos Açores
“Esta ilha tem um significado especial para D. Ximenes Belo, antigo administrador apostólico de Díli, porque foi do Pico que saíram para Timor muito padres e alguns bispos” – disse à Agência ECCLE-SIA, o Pe. Luciano Oliveira, Ouvidor das Lages, Ilha do Pico, a propósito da visita deste prelado àquela ilha do arquipélago açoriano.
Na visita que fez à Ilha do Pico, dia 6 de Maio, D. Ximenes Belo agradeceu aos seus habitantes a solidariedade mostrada em relação a Timor e referiu ainda que existe “uma ligação umbilical entre os picoenses e timorenses porque o primeiro bispo de Timor era natural da ilha do Pico: D. Jaime Garcia Goulart” – disse o Pe. Luciano Oliveira.
Numa conferência proferida na paróquia das Lages, D. Ximenes Belo pediu para que “esta relação estreita entre Timor e os Açores se mantenha” e “na necessidade de trabalhar, cada vez mais, pela paz”. Para os picoenses, esta visita foi “um privilégio” por “conhecerem o Prémio Nobel da Paz, em 1996, e têm Timor no coração” – sublinhou o Pe. Luciano Oliveira. O sofrimento de Timor “era vivido aqui de maneira especial”. Todos os acontecimentos, desde o massacre de Santa Cruz até à libertação de Timor, eram sentidos pelos “nossos habitantes”. E adianta: “o Pe. Isidoro Alves, que na altura era vivo e viveu muitos anos em Timor, conseguia transmitir o sofrimento daquele povo aos picoenses”.
Para além das manifestações de agradecimento, a paróquia de Candelária, onde estão os restos mortais de D. José da Costa Nunes, “propôs fazer uma geminação com outra paróquia de Timor” – finalizou o Pe. Luciano Oliveira.