O colorido e a alegria dos peregrinos começam já a invadir o recinto do Santuário de Fátima, a poucos dias da celebração do 13 de Maio, 90 anos depois das aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos.
O caminho que muitos milhares ainda estão a percorrer já é uma conquista para alguns. As tendas começam, aos poucos, a ocupar o espaço que circunda o Santuário.
Muitos são os grupos que vão chegando, de todo o país, depois de percursos mais ou menos longos, mas sempre marcados pela fé e a devoção à Virgem. Junto à Capelinha é possível apreciar a emoção que toma conta daqueles que concluem o seu caminho e celebram esse momento como uma verdadeira vitória pessoal.
As diferenças que fazem as pessoas lançarem-se nesta aventura confluem para uma certeza única à chegada ao maior santuário português: valeu a pena.
António Pais destacava-se, no meio do seu grupo de peregrinos de Espinho, por causa do número que lhe era atribuído no cartão de identificação: 001. Em declarações à ECCLESIA, relata uma experiência que se repete “há 28 anos”, não como “pagamento”, mas apenas para agradecer.
Juntamente com seis amigos toma a dianteira do grupo, há quatro anos, com várias dezenas de pessoas. O grupo não pára de crescer e este ano incluía peregrinos de Vila Verde (Braga) e de Portimão.
António Pais agradece o “bom acolhimento” que vai recebendo nas várias localidades, desde o acolhimento à oferta de refeições. A vontade que fica depois do caminho, assegura, é a de “construir um mundo melhor”.
Américo Loureiro veio por “curiosidade”e a primeira experiência deixou-o “sem palavras”. À chegada, destaca a “componente humana muito forte” vivida durante o percurso.
Mesmo depois de cumprida a caminhada, os peregrinos a pé são facilmente reconhecíveis no meio da multidão que começa a encher Fátima pelos símbolos que os acompanharam e dos quais não se desfazem: coletes, chapéus ou t-shirts recordam, em permanência, que a presença neste local já começou a ser vivenciada muito antes.