Nacional

Debate «animado» sobre liturgia

Paulo Gomes
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Sínodo de Viana prossegue

O Sínodo Diocesano de Viana do Castelo, em mais uma sessão da sua segunda Assembleia, começou a votar as primeiras propostas relativas às celebrações, num ambiente de grande participação onde o debate de ideias entusiasmou os membros presentes. A formação dos agentes da celebração litúrgica dominou parte da discussão das propostas correlativas, assinalando-se mesmo a necessidade de estabelecer um serviço diocesano de musica sacra que se «responsabilizasse pela formação mais directa dos músicos», mas igualmente foi reclamada a «reactivação das equipas arciprestais de liturgia», que há alguns anos já funcionaram e trabalharam, mas de que, apenas, resta em funcionamento a dos Arcos de Valdevez . Estas equipas, consideraram vários intervenientes, poderiam constituir um valioso instrumento de formação litúrgica de proximidade, acompanhando os tempos fortes do calendário litúrgico da Igreja. Igualmente presente nesta reflexão partilhada esteve o Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica desafiando-se a uma «participação daqueles que intervêm na liturgia das comunidades» e precavendo uma «degeneração» que se tem vindo a registar com a participação obrigatória dos Ministros Extraordinários da Comunhão, afunilou-se a participação ficando quase restrita àqueles. A formação neste domínio no seminário também não foi esquecida na discussão das diversas propostas. No quadro do estabelecimento de uma «cultura celebrativa» a discussão das diversas propostas deixou transparecer a realidade de uma Igreja de mortos, na medida em que a celebração pelos defuntos continua a ocupar um lugar central. Por isso foi pedida uma maior atenção à dimensão espiritual da celebração, que deve ser segundo as normas e os livros actuais, em ordem tornar muito mais presente o sentimento de Acção de Graças expresso celebrativamente nas datas mais significativas, quer pessoalmente, quer da comunidade. As missas pelos defuntos constitui um problema grave na diocese de Viana do Castelo porque, explicaram alguns. Dá-se o caso de não haver assembleia ou não haver intenção da missa nos dias em que não se sufraga a alma deste ou daquele outro, tendo sido pedido por alguns que se evite a «celebração pelos defuntos». Ligada a esta questão está a do estipendio da missa, tendo sido realçado que «faltava a compreensão do valor da intenção», daí que tenha sido apontada a necessidade de esclarecer a ideia de pagar a missa». Notou-se o incómodo da questão, em diversas intervenções, já que se fala de uma esmola, mas que tem uma tabela que indica quanto cada um deve entregar e, em jeito de ironia, assinalou-se que até os serviços da administração fiscal tinham dificuldade na classificação deste dinheiro a propósito da aplicação da nova Concordata. O acolhimento dos fieis, cuidado que deve ser posto na preparação da celebração e do espaço celebrativo, as questões relacionadas com os grupos corais, da localização aos despiques, foram outras das questões que atravessaram esta segunda sessão da II Assembleia do Sínodo Diocesano que tem, em agenda, a realização da próxima a 18 do corrente.


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