“Na sociedade de hoje, há coisas maravilhosas e é muito importante que não nos deixemos apanhar pelas dificuldades ou pelo negativo” - afirmou D. António Marcelino, no Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC), dia 8 de Novembro, no encontro organizado pela Fundação Sal da Terra e Luz do Mundo para debater o tema “Perceber a deficiência, viver com eficiência – Ser Pessoa” e que contou com a participação de algumas dezenas de pessoas envolvidas nesta problemática.
Reconhecendo que no mundo actual se estão a enraizar convicções que nos podem levar muito longe, como a sensibilidade aos problemas do ambiente e às pessoas com deficiência, que no seu tempo de jovem “eram escondidas”, o prelado frisou que há muitas situações de exclusão. Alertou ainda para “a igualdade radical de todos nós como pessoas”, verdade que ajuda a dar passos em frente, na certeza de que nenhum encontro de reflexão “é conclusivo”.
Para o presidente da Fundação Sal da Terra e Luz do Mundo, o Pe. Georgino Rocha é urgente implementar um novo estatuto que respeite o princípio de que o indivíduo com deficiência é um “cidadão de pleno direito, agente e protagonista responsável, dentro das suas capacidades, da própria vida, membro solidário da comunidade onde naturalmente se insere, oferecendo o que pode e recebendo o que necessita”.
Rogério Cação, director técnico do Centro de Reabilitação Profissional da FENACERCI, sublinhou que não podemos ter “uma visão piedosa e miserabilista do deficiente”, já que “a regra social não é a igualdade, mas a diferença”. No entanto, afirmou que, neste mundo global em que vivemos, “há pessoas que têm desvantagens acrescidas e que precisam realmente de apoios especiais”. Defendendo o princípio de que “há excluídos porque há excluidores”, Rogério Cação lembrou que “não há reabilitação de quem nunca esteve habilitado”, pelo que o importante é apoiar as pessoas a desempenharem funções, “tendo em conta as suas naturais limitações”.