Nacional

Defender os direitos dos mais pobres

Luís Filipe Santos
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Em Viana do Castelo debateu-se a acção social da Igreja

Em tom de desafio, face a uma plateia de mais de meia centena de pessoas ligadas a instituições de solidariedade social da diocese de Viana do Castelo, o Pe. Joaquim Teixeira recordou a obrigação que a Igreja tem de denunciar as situações de injustiça, porque “profunda conhecedora das realidadesâ€, de propor orientações e de “empreender transformações†com a consciência que desempenhando esta missão se vai “confrontar com a práxis mais específica dos políticos profissionaisâ€. A intervenção social da Igreja no domínio da caridade é uma “expressão claramente política†referiu este sacerdote carmelita, nesta iniciativa realizada dia 4 de Março, em Viana do Castelo, onde se debateu a “Acção Social da Igreja†mas criticou os medos de se tornar uma cada vez mais numa voz incómoda em defesa dos “direitos dos mais pobresâ€. Ao afirmar a necessidade de a Igreja encontrar a expressão de compromisso no domínio da acção que respeite integralmente o homem, aquele sacerdote que aquando da sua passagem pelo Convento do Carmo, em Viana do Castelo, foi fundador do Gabinete de Atendimento à Família, denunciou a “falta de reivindicação†por parte da Igreja e uma desatenção grave ao problema da ecologia deixando esta questão crucial nas mãos de grupos ideológicos, quando tem um corpo doutrinal que lhe permite ter uma palavra muito forte. “A Igreja está chamada a saltar para as periferias, para as franjas da marginalidade†- advertiu Joaquim Teixeira que quer ver uma Igreja seguidora do Mestre, sempre atenta e pronta a desencadear respostas novas para o novos problemas. A Igreja, “servidora do homem todo, nas suas diferentes dimensões, sobretudo dos mais pobres†encontra na sua acção social a “janela†da sua visibilidade, considera Joaquim Teixeira, acrescentando que se “não tiver visibilidade pelo social, dificilmente a terá pelo seu lado espiritual e celebrativoâ€. Agora, sublinhou, não pode cair na tentação de “se deixar reduzir ao meramente social†porque isso não passaria de um filantropismo.


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