Primeira Carta Pastoral do novo Bispo de Leiria-Fátima
Com data de 8 de Setembro, D. António Marto acaba de entregar à diocese de Leiria-Fátima, de que tomou posse em 25 de Junho passado, a sua primeira Carta Pastoral. Segundo a apresentação que ele mesmo fez hoje, no seu encontro com os Religiosos em Fátima, o tema foi motivado pelo Plano Pastoral da diocese, já existente, que em 2005-2006 tinha como opção o Acolhimento, e neste ano de 2006-2007 tem o da Vocação. Dom Marto diz ter adoptado «um género literário muito simples, para se fazer entender por todo o povo de Deus. Pois – sublinhou – se o bispo não consegue fazer-se entender quando fala ou escreve, é melhor que esteja calado». Por isso, «aflora mas não aprofunda questões». E, para não repetir um tema já muito tratado na Igreja, escolheu a perspectiva da Beleza. «Não basta intervenção e prevenção», disse; «é preciso apontar algo que arraste o coração, mesmo em tempo difícil como o nosso.»
A Carta está dividida em cinco partes. A primeira caracteriza o Novo contexto vocacional hoje: o mundo em que vivemos a fé e onde somos chamados a seguir/servir o Senhor, face à cultura actual e face a uma fé cansada, a que falta frescura, beleza, paixão e encanto.
A segunda parte fala da Beleza da Vocação Cristã: à luz da Criação, para tornar o mundo bom e belo segundo o projecto do Criador; na História, como diálogo de quem escuta e responde, acentuando a experiência dos primeiros discípulos de Cristo (”Vinde e Vede”) e dos apóstolos na Transfiguração (“É belo estarmos aqui!”), ou seja, a vocação como vida bela em Cristo e como eleição de amor: “Fui Eu que vos escolhi”. «Tudo à luz de ícones bíblicos e apresentado à maneira de leitura orante da Bíblia», sublinhou o bispo.
A terceira parte fala da Vocação e vocações na Igreja. Partindo da vocação de todos os cristãos com fonte no Baptismo, donde flui a variedade de dons e chamamentos, alerta para a necessidade urgente de sacerdotes e consagrados.
A quarta propõe um Novo ardor da pastoral vocacional: da alegria de ser chamado à coragem de chamar. E dirige-se à comunidade cristã, como casa e escola vocacional (porque também há crise de vocações para o serviço na vida política, sindical, associativa, e matrimonial –«que domina tudo», frisou D. António Marto), falando depois das mediações para acompanhar a vocação em cada idade, do testemunho vocacional contagiante, da grande Oração pelas Vocações e de serviços de apoio e dinamização.
Finalmente, na quinta parte lança um desafio – A vós, jovens: levantai-vos e não tenhais medo! E termina com um pedido a todos os cristãos da diocese: «fazei tudo o que seja possível, em particular através da oração, para que este Ano Pastoral dedicado às vocações dê muitos frutos. Seria a melhor e a mais bela prenda que me poderiam oferecer neste primeiro ano como vosso bispo.»
Nota Pastoral• Descobrir a beleza e a alegria da vocação cristã