Nacional

Desemprego preocupa trabalhadores cristãos

Nuno Rosário Fernandes
...

Movimentos de Portugal e Espanha partilham desafios

O Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) está preocupado com o aumento da taxa de desemprego em 8%, nos últimos três meses de 2005, considerando que “é necessário criar condições para combater uma situação que contribui para o aumento da pobreza e das desigualdades em Portugal”, disse à Agência ECCLESIA António Soares, o Coordenador Nacional da LOC/MTC. Para este responsável “é preocupante que no espaço de três anos tenhamos passado de uma taxa de 4% para 8% de desemprego” , devendo, por isso, esta situação “ser analisada com muita profundidade” porque, explica António Soares, “uma das causas que diminuiu as condições da Segurança Social está motivada pelo desemprego. Quanto menos gente temos a trabalhar, menos gente há a receber e por isso menos a descontar”, frisou. Os responsáveis da LOC/MTC estiveram desde Domingo, e até ontem, em Torres Novas, num encontro bilateral com os parceiros da Espanha, a HOAC, para discutir e partilhar preocupações comuns. Entre essas preocupações manifestadas pelos trabalhadores cristãos espanhóis, “a precarização do emprego, a imigração, a pobreza e a desigualdade entre homens e mulheres” são alguns dos problemas que, segundo António Soares, “vem também ao encontro dos nossos”, acrescentando ainda “as desigualdades sociais e o futuro do trabalho” à lista de preocupações portuguesas. Perante tais situações, o Coordenador Nacional da LOC/MTC afirma ser opinião comum dos dois parceiros, a existência de algum alheamento da Igreja local, sublinhando que, “é uma Igreja muito fechada ou pouco aberta para estes problemas relacionados com o mundo do trabalho”. António Soares ressalva que em Portugal, “por parte dos bispos tem havido preocupação”, recordando alguns documentos já publicados pela CEP mas, “por parte das paróquias há um alheamento”, acentuou. “A Igreja tem um campo de acção muito grande que não aproveita”, salientou este responsável, explicando que é necessário “denunciar todas estas situações e procurar combatê-las ao formar e incentivar os leigos para que, onde quer que se encontrem, possam modificar tal situação. Tem de haver um maior empenhamento dos cristãos mas o clero também tem de despertar para isto”, concluiu.


LOC/MTC