Neste cenário inquietante dum mundo global, não esquecendo os dramas da sociedade portuguesa em ritmo crescente e a gerar muita perplexidade perante o amanhã, apetece-me perguntar: Deus, onde estás?” – pergunta D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, na sua mensagem de Páscoa. As situações alarmantes do nosso quotidiano (“catástrofes naturais ou guerras planeadas, a massacres hediondos ou genocídios impensados, ao absurdo do tráfego de órgãos humanos ou à exploração sexual infantil, ao hediondo crime do terrorismo ou formas de intolerância na convivência com o diferente, a preocupação por legitimar o aborto ou as ideias da eutanásia”) acontecem por causa da “ausência de Deus”. Os grandes filósofos da história “já nos alertaram – e nem todos querem ouvir – que este nosso séc. XXI ou será místico ou não terá amanhã. Será pessimismo? É uma interpelação” – salienta D. Jorge Ortiga.
Para os cristãos, a Páscoa deve significar “este assumir a missão de colocar Deus na história dos homens. A manhã da Ressurreição foi o início duma presença até ao pleno desenvolvimento da humanidade”. “Que Deus regresse ao mundo” é a mensagem que “dirijo aos cristãos da Arquidiocese, confiando-lhes a alegre responsabilidade dum compromisso novo para que aconteça em todas as áreas e sectores” – apela o arcebispo de Braga. E responde à pergunta inicial – “Deus, onde estás?” –: deve estar “No coração do mundo e do Homem”.