A Igreja assinalou no passado Sábado, 11 de Fevereiro, o Dia Mundial do Doente este ano, por indicação de Bento XVI, dedicado ao tema da saúde mental. Todos os anos e desde 1992, por vontade expressa do Papa João Paulo II, este dia, que coincide com o dia de Nossa Senhora de Lurdes, é consagrado à reflexão e à oração pelos doentes e pelos profissionais de saúde.
Em Portugal o Dia Mundial do Doente foi lembrado pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde (CNPS) que escolheu como slogan «Promover a saúde mental, acolhendo a pessoa doente». Num pequeno caderno de apresentação da temática deste ano, o Coordenador da CNPS, Pe. Vítor Feytor Pinto, explica que a reflexão deve centrar-se “em duas perspectivas da acção pastoral: a prevenção e o acolhimento, a prevenção das doenças pelo convite a um estilo saudável de vida, e o acolhimento dos doentes que, atingidos na sua saúde mental, são muitas vezes marginalizados, numa autêntica exclusão social”, lembra.
“Um coração que vê” na Madeira
Na Catedral do Funchal, D. Teodoro Faria exortou, este Domingo, as comunidades cristãs, as famílias, médicos e paramédicos, e todas as pessoas de boa vontade, para continuarem a olhar para os doentes com “um coração que vê”. Rodeado de alguns membros do Cabido, do presbitério e seminaristas, e de muitos doentes e idosos, assistidos por pessoal médico e paramédico, o bispo congratulou-se com os bons serviços de saúde da Região, fazendo um apelo para que as comunidades cristãs saibam olhar para os doentes com o coração, e elogiou ainda o “serviço exemplar” que os Irmãos de São João de Deus e as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus têm vindo a realizar na Madeira, para com os numerosos doentes mentais.
Atenção aos irmãos sofredores em Viana
Em Viana do Castelo a falta de coesão social e de solidariedade foram duas das causas apontadas pelo Bispo da diocese para um significativo aumento de pessoas com perturbações psicológicas.
D. José Pedreira falava durante a celebração eucarística, na capela do Centro Hospitalar do Alto Minho, onde se viveram as comemorações do Dia Mundial do Doente, colocando a Igreja ênfase nas perturbações psiquiátricas.
O bispo de Viana pediu aos participantes na celebração, doentes, pessoal médico, de enfermagem e auxiliares, além dos Administradores, uma particular atenção para com os «irmãos sofredores por doença», em particular para com aqueles que sofrem de doenças neurológicas.
Na procura das causas “traumáticas” que levam ao agravamento das situações e a uma vivência, interiormente, inquieta, o Prelado começou por apontar “o proliferar dos conflitos sociais”.
D. José Pedreira apresentou a questão dos valores ou da ausência destes, como uma das principais causas interiores que provocam sofrimento e, por vezes, desequilíbrios. Dando testemunho da sua experiência, D. José Pedreira disse já ter encontrado muitos doentes que são “verdadeiros pára-raios da justiça divina” na medida em que vivem numa permanente atitude de oração de súplica pela humanidade.
Doentes na Casa Sacerdotal de Braga
Na diocese de Braga o Dia Mundial do Doente foi assinalado com uma celebração na nova casa sacerdotal. Na celebração eucarística presidida por D. Jorge Ortiga o prelado citou várias vezes o Papa Bento XVI, para falar do programa exposto na sua primeira encíclica (Deus é amor), e do tema da celebração do Dia Mundial do Doente. Apelou para a necessidade de cada um descobrir o amor de Deus, tanto “nas alegrias como nas tristezas e sofrimentos”. "O mesmo deve fazer a Igreja ao evangelizar, por palavras e atitudes", acrescentou D. Jorge Ortiga,lembrando o episódio do Bom Samaritano. “Hoje, a Igreja, a partir das comunidades paroquiais, tem que prestar atenção particular aos doentes”, que passa por “pregar e ensinar um estilo de vida sóbrio e fundamentado nos valores, como prevenção, e por atitudes concretas de acolhimento”, referiu.
Patriarca contacta de perto com doentes mentais
Em Lisboa, o Cardeal Patriarca presidiu à celebração eucarística na Clinica Psiquiátrica de S. José assinalando, não só o dia instituído por João Paulo II, mas também os 50 anos da clínica onde as irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus desenvolvem o seu carisma.
Para a Irmã Isabel Morgado, directora da clínica, este foi um dia de festa em que houve “oportunidade para agradecer pelos 50 anos da instituição e pela intervenção de todas as pessoas, ao longo destes anos, e em que foi realçado, ainda, o Dia Mundial do Doente, no sentido de valorizar as pessoas nessa situação de doença psíquica que nem sempre são acolhidas nos seus meios, ou comunidades”, disse à Agência ECCLESIA.
Nesta celebração, D. José Policarpo “agradeceu o trabalho que a instituição realiza em favor desta população”, apelando ainda para “a integração dos doentes com uma mentalidade inclusiva”. O Cardeal Patriarca teve ainda tempo para visitar aquela clínica e, “contactou de perto com todos os doentes”, sublinhou.
