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Dimensão espiritual na criança debatida no Funchal

Jornal da Madeira
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Numa iniciativa do Secretariado Diocesano para a Pastoral do Funchal, realizaram-se no Convento de Santa Clara duas conferências sobre “O despertar religioso da criança” e “A transmissão da fé às novas gerações”. A iniciativa foi desenvolvida pelas especialistas Maria José Bruno e Maria João Ataíde Avillez. A espiritualidade integra-se naturalmente no conjunto da existência e é tão importante como qualquer outra dimensão; daí a necessidade de se disponibilizar uma atenção adequada à vivência do religioso desde a mais tenra idade. Esta uma das ideias expressas ao Jornal da Madeira pelas conferencistas, convidadas nas jornadas diocesanas que esta semana decorreram no Funchal. “Antigamente - referiu a Irmã Maria José Bruno - as crianças recebiam esta vivência por osmose; nas famílias havia referências objectivas e a identidade estava definida. Mas, hoje, sabemos que não é assim, as pessoas estão expostas a muitas correntes, e os primeiros anos são os mais importantes, neles cabe o alicerce da nossa própria identidade”. Sobre a atenção a dar ao espiritual na criança, nos primeiros anos, esta especialista afirma que “a dimensão religiosa é uma como todas as outras, seja a relacional, de tipo intelectual ou afectivo; são dimensões que devem ser cuidadas para que uma pessoa cresça equilibradamente”. E finaliza: “Se falta a dimensão espiritual, é difícil fazer a síntese das outras dimensões”. Família e escola No “despertar religioso da criança” é de todo o interesse que a família e a escola, entre outras entidades, concorram todas para o mesmo fim, ou seja, “todas as pessoas significativas para a criança e que cuidam dela marcam-na e têm esse papel a desempenhar, de estimular, de favorecer tudo o que a criança traz em si, neste caso, também a dimensão religiosa”, disse, por seu lado, a Maria João Ataíde Avillez. “A criança tem uma capacidade natural para a espiritualidade e para o religioso, ela procura naturalmente o transcendente e o religioso; temos o dever e devemos ter o cuidado de não abafar, de não matar essas capacidades”, alertou. Com o tema genérico “Para que tenham a vida em abundância”, as jornadas de actualização para o clero, leigos e consagrados decorreram, no Funchal, de 23 a 25 de Janeiro. No primeiro dia, o conferencista convidado foi Walter Osswald, especialista em Bioética, que falou sobre o “abortamento e o estatuto do embrião”, tendo destacado o “valor universal” dos princípios éticos defendidos pela Igreja Católica.


Diocese do Funchal