Nacional

Diminuir o papel das IPSS seria irresponsável

Octávio Carmo
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Rui Cunha, ex-Secretário de Estado-Adjunto do ministro do trabalho e da solidariedade, considera que seria uma irresponsabilidade por parte do novo governo “diminuir o papel da IPSS”. “Se não fosse a intervenção das instituições estaríamos muito pior do que estamos. Elas têm um papel crucial na protecção social. Seria completamente irresponsável, de repente, acabar com este sistema que existe, de partenariado, de subsidiariedade”, referiu em entrevista ao jornal “Solidariedade”, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). No último governo socialista, Rui Cunha foi Secretário de Estado-Adjunto do ministro do trabalho e da solidariedade. Antes, de 1995 a 1999, tinha desempenhado funções na Secretaria de Estado da Inserção Social. Na última legislatura foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS e coordenador para os assuntos de Trabalho na Comissão Parlamentar de Trabalho e dos Assuntos Sociais. Falando a partir da sua experiência na área, Rui Cunha considera que “seria precipitada a criação de um sistema para o qual as famílias, a sociedade e a iniciativa privada não estão preparadas, nem o Estado, que não tem vocação para dirigir directamente os equipamentos e os serviços de prestações sociais”. Sobre o que poderão esperar as IPSS do executivo socialista que agora inicia funções, Rui Cunha explica que “devemos avançar muito para as respostas locais”. “Isto é, cada comunidade tem a sua especificidade própria. Há algumas em que o problema principal é o dos idosos; outras são as crianças; há comunidades em que as respostas do apoio domiciliário servem perfeitamente, há comunidades que, por outro lado, não gostam que estranhos lhes entrem em casa; é preciso outro tipo de respostas”, indica. “Desta vez devem ser feitos contratos sociais, locais, entre os parceiros, os serviços de protecção social do Estado, as instituições, o poder local e outros tipos de associações voluntárias. A terceira geração de políticas sociais deve promover as respostas mais adequadas para as especificidades de cada comunidade”, conclui.


CNIS