A diocese de Baucau, em Timor, vai ter a funcionar, já a partir do próximo mês de Junho, a primeira fábrica de móveis para produção própria. Através da iniciativa do sacerdote Dehoniano Feliciano Garcês, partiu ontem, com o apoio da Câmara Municipal de Paredes, o primeiro contentor que deverá chegar daqui a cerca de 40 dias com material necessário para a construção desta fábrica.
Segundo explicou à Agência ECCLESIA, este sacerdote, depois de uma visita à diocese de Baucau realizada há cerca de quatro anos, constatou “a necessidade de mobiliário”, e no contacto com os jovens percebeu que estes “não tinham actividade nenhuma”. Daí ter surgido a ideia de, “em conversa com o Bispo da diocese, criar uma pequena carpintaria que ocupasse os jovens e ao mesmo tempo nos desse a possiblidade de ter o mobiliário”, contou. A diocese de Baucau disponibilizou o terreno, e em Portugal este sacerdote acabou por estabelecer contactos com a autarquia de Paredes, e alguns amigos, levando a que o projecto assumisse proporções maiores e passasse de uma pequena carpintaria inicialmente pensada, a uma fábrica de mobiliário.
Ontem, partiu o primeiro contentor com material recolhido para a construção da fábrica e, “na próxima semana deverão partir os restantes”, disse o Pe. Feliciano Garcês.
A prioridade desta fábrica é o fabrico “de mobiliário essencial: mesas, cadeiras, camas, e armários”, explicou. Porque aquela diocese tem a seu encargo um grande conjunto escolas, esta fábrica “também vai construir mobiliário para que essas possam funcionar com melhores condições”.
Para além do papel desempenhado pela Câmara Municipal de Paredes neste projecto, estão agora a ser encetados contactos com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e com o Instituto da Cooperação, para averiguar da possibilidade de “suportar os custos de algum formador que tem de ir para ensinar a trabalhar com as máquinas”, revelou o Pe. Feliciano. Neste momento, há já algumas pessoas que “estão dispostas a ir como voluntários, e por isso é necessário pagar as viagens e estadia”, acrescentou.
Também com o apoio do IPAD estão na diocese de Baucau, dois formadores a ajudar e a trabalhar com máquinas mais simples, em carpintarias de menor dimensão, nas quais, salienta o Pe. Feliciano, “para fazer uma simples cadeira são precisos dois ou três dias”.
Após o envio dos três contentores deverá seguir “uma equipa de três pessoas para proceder à montagem das máquinas, e dentro de três, ou quatro meses, a fábrica vai estar a funcionar”, informou.