Nacional

Diocese nas festas da Prata

Luís Filipe Santos
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“Desejaria que a diocese me acompanhasse em peregrinação a Fátima, no Dia da Igreja Diocesana, colocando sob a protecção de Maria a nossa diocese e todo o trabalho Pastoral†– pediu D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa, aos cristãos de Lisboa. Um apelo que teve ressonância porque estiveram com o pastor, naquele santuário mariano, cerca de «70 mil fiéis» para celebrar com ele as suas Bodas de Prata Episcopais. A peregrinação diocesana, realizada dia 15 de Junho, estava integrada no programa de comemorações desta efeméride, divulga-das dia 21 de Janeiro, pelo bispo auxiliar de Lisboa, D. José Sanches Alves. Duas cidades, mais de 300 mil habitantes, 19 paróquias, uma vigararia. Durante os primeiros meses deste ano, D. José Policarpo percorreu a vigararia da Amadora e contactou com a realidade de uma das zonas com maior densidade populacional do Patriarcado. Um caminho com os cristãos, que levou o padre António Marim, Vigário da Ama-dora, a referir: “sentimo-nos privilegiados pelo carinho do nosso bispo relativamente a esta zonaâ€. Uma visita que não foi mais que um “reencontro†porque quando D. José Policarpo era bispo auxiliar de Lisboa, o seu trabalho pastoral passava muito por aquelas paróquias. Este diálogo com as várias realidades (da pobreza à riqueza, dos políticos ao povo, dos bairros aos palácios e dos saudáveis aos doentes) trouxe à memória uma afirmação de um habitante do Bairro da Cova da Moura: “a nossa gente sabe que nem só de pão vive o homem, e a presença da Igreja neste bairro é significativaâ€. Ao longo desta visita pastoral, integrada também no programa comemorativo, D. José Policarpo disse àqueles cristãos mais fragilizados economicamente que a “Igreja, nestes meios, tem obrigação de estar mais atenta ao acolhimento, ao serviço, ao apoioâ€. E adianta: “cada uma destas pessoas é um projecto verdadeiro de pessoa, com a sua dignidade, capazes de ser felizes. O ser pobre não é uma desgraça. É apenas uma situaçãoâ€. Se aquele «passeio» pelas vielas da Cova da Moura serviram para testemunhar o sofrimento de muitos cristãos, a visita ao Hospital Amadora Sintra foi também um momento emblemático do seu trajecto pastoral na Amadora. Junto daqueles sofredores, o Patriarca de Lisboa transmitiu palavras de esperança e sublinhou que “só nos assustamos quando ela (doença) nos bate à porta†mas que “a Igreja está com os doentesâ€. Aquela visita era prova disso mesmo e avança: “não posso abraçar todos os doentes deste hospital porque isso é fisicamente impossívelâ€. Meses preenchidos com várias faixas etárias e vários estratos sociais. No dia das Famílias naquela vigararia, D. José Policarpo convidou os presentes a prepararem a Páscoa em família porque ela é chamada a “ser santuário onde o reino de Deus é construído, onde Deus é louvado. Deixai que Ele reine no vosso lar porque Ele é a fonte da forçaâ€. Um encontro «chuvoso» onde a presença reduzida de casais jovens causou alguma estranheza. Talvez estivessem a preparar o Dia da Juventude da Amadora porque no dia dedicado a esta faixa etária e perante a questão de D. José Policarpo aos jovens: “quem escolheis vós – Jesus Cristo ou satanás?â€, a «rapaziada» respondeu em uníssono: “Nós escolhemos Jesus Cristoâ€. Um «caminho correcto» que levou o patriarca a salientar aos seus dioce-sanos, na peregrinação a Fátima, que “o crescimento na caridade é o único critério decisivo para a avaliação do nosso viver em Igrejaâ€. Critérios que passam também pela “à tua palavra lançarei as redesâ€, lema da Jornada Diocesana da Juventude. Neste dia os jovens associaram-se às celebrações das Bodas de Prata Episcopais do Patriarca e beberam as suas palavras: Um jovem mais velho falou connosco†– disse na altura um participante. Por isso deixou um aviso: “a vida é uma coisa muito séria e a juventude é uma fase constitutiva que traça o futuroâ€. Mas na Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, “dia em que eu próprio celebro o Jubileu da minha Ordenação Episcopal, que me conferiu o ministério apostólico; dia em que exerço esse ministério na sua expressão mais solene e mais querida para o coração de um bispo: ordenar novos sacerdotes e diáconosâ€, D. José Policarpo sublinhou que ao longo destes 25 anos de episcopado, o Papa da “minha vida foi João Paulo IIâ€. Com ele “partilhei sempre a responsabilidade apostólica, a disponibilidade para a missão, a paixão pela unidade, o desafio da universalidadeâ€. Traços importantes do seu ministério episcopal para que a Igreja seja capaz de “dar um testemunho que possa ser captado pelo mundo contemporâneo†– finalizou o Patriarca de Lisboa.


D. José Policarpo