Os conferencistas do seminário Luso – Espanhol sobre Ética Empresarial, realizado dia 28 de Janeiro, na Faculdade de Filosofia de Braga, apelaram para uma “imprescindibilidade da Ética nas empresas” embora seja “difícil viver esta realidade derivado a muitos factores: globalização, concorrência desenfreada e a escala de valores que preside à vivência das pessoas” – disse à Agência ECCLESIA José Henrique Silveira de Brito, professor desta Faculdade de Filosofia e um dos oradores deste simpósio. Ao longo do dia, vários lentes portugueses e espanhóis falaram para “uma plateia de estudantes e empresários muito interessados” sobre “Ética na Empresa”; “Responsabilidade Social da Empresa”; “As empresas e o Estado” e “Ética e Globalização”.
Se a escala de valores dos empresários se centra no dinheiro, o “homem fica ao serviço deste e daí advêm dificuldades que não se podem escamotear” – referiu. A vivência da Ética, tanto em Portugal como em Espanha, tem “grandes marcas culturais” mesmo que os “valores sejam iguais” o modo de os viver “varia de cultura para cultura”. Para Henrique Silveira, o intercâmbio entre as diversas áreas é “proveitoso” porque “ninguém se desenvolve sozinho” mas “em dialéctica com os outros”. E adianta: “a fronteira é cada vez mais um ponto de ligação e não de separação”.
A responsabilidade social da empresa “é inegável” porque “as empresas devem ser responsáveis pelas consequências”. Ao nível da concretização destas responsabilidades, este professor universitário sublinha “a dificuldade existente” mas “as empresas sentem que têm que pensar no assunto” derivado às reacções.
Perante a questão - o trabalhador é visto como mero factor de produção ou uma pessoa que também é factor de produção? - Henrique Silveira pede aos trabalhadores para não “se deixarem tratar como objectos” sem esquecer “que a subsistência da empresa também é fundamental”.