Membros dos institutos religiosos ligados ao sector da justiça e paz lamentam um «mundo sem noção de limites»
Os membros dos Institutos Religiosos mais ligados ao sector social, justiça e paz estiveram reunidos hoje (22 de Novembro) para reflectir sobre «Nós num mundo (im)possível». Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Valentim Gonçalves, missionário Verbita e membro desta comissão, realça que a “globalização é boa, mas tem o seu aspecto perverso”. E acrescenta: “estamos num mundo sem noção de limites”.
Este Encontro Nacional de Justiça e Paz da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) teve como orador Alfredo Bruto da Costa, recentemente nomeado presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz.
Num mundo que “não é comandado pelos políticos, mas aos homens ligados à economia e finanças”, o Pe. Valentim Gonçalves sublinha que estes religiosos estão preocupados porque “este mundo transforma o homem numa máquina que produz”. E acrescenta: “quando não atinge a quota prevista é descartado e desvalorizado”.
Como estes critérios da globalização “não são satisfatórios, devemos impor outra globalização que João Paulo II chamou: globalização do amor” – afirmou. Neste processo, os membros da Comissão notam “uma grande falha: a omissão”. E avança: “precisamos de praticar o bem, mas devemos esforçar-nos para alterar as situações e ir às causas destas”.
O missionário Verbita dá alguns tópicos de acção. “Para erradicar a pobreza que nos rodeia não podemos ficar apenas na prática das boas obras, mas ir às causas estruturais e não apenas as conjunturais”.