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Empresários cristãos defendem que o modelo tradicional de família é o mais eficaz

Octávio Carmo
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A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) apresentou hoje na Assembleia da República o estudo "Família e políticas públicas", onde se afirma de forma clara que as famílias biparentais são as mais capazes de promover um correcto desenvolvimento dos filhos. Segundo João Alberto Pinto Basto, presidente da AGECE, “o objectivo deste Estudo é dar conta das consequências pessoais e sociais da erosão da família nuclear nas últimas quatro décadas”. Jorge Líbano Monteiro, da mesma associação, afirmou à Agência ECCLESIA que “o estudo vem provar, com dados objectivos, que é mais importante para o bem-estar dos filhos, para o seu sucesso escolar e para não perpetuar o ciclo de pobreza que as famílias sejam biparentais”. Realizado pelo Instituto de Estudos Políticos da UCP, aponta para uma grande responsabilidade nas políticas adoptada, penalizadoras da estrutura familiar, levando a que os jovens tenham cada vez mais problemas graves. O relatório parte da observação da realidade portuguesa nos últimos trinta anos. Verifica o crescimento de tipologias familiares alternativas como a coabitação e monoparentalidade de mães sós. Em 1970, os nascimentos fora do casamento constituíam 7,2% do total dos nascimentos. Em 2000, essa percentagem aumentou para 22%. Neste mesmo ano, 85,5% das mães sós viviam abaixo ou ao nível do limiar de pobreza. Estes e outros dados nacionais, ainda insuficientemente estudados, revelam grande similitude com a evolução da família na Europa e nos EUA ao longo dos últimos 40 anos. O caso americano é sem dúvida o mais estudado e discutido, sendo hoje consensuais os resultados aí observados. Por essa razão, o relatório passa então em revista a experiência americana. E essa experiência é impressionante. Em 1960, a percentagem de nascimentos fora do casamento era de 5,3%. Em 1999, essa percentagem passou para 33%. Em 1999, 29% das mães sós tinham menos de 20 anos. Em 1985, 34% das famílias monoparentais matriarcais estavam abaixo do limiar de pobreza, o que contrasta com apenas 6,7% das famílias biparentais. O rendimento médio anual de uma família biparental equivale a mais do dobro de uma família monoparental originada pelo divórcio e é quatro vezes superior aos rendimentos médios auferidos por uma mãe solteira. Em 1996, mais de dois terços dos beneficiários dos programas de auxílio a famílias pobres com filhos eram mulheres solteiras à altura do nascimento do primeiro filho, na sua maioria adolescentes. Quanto aos efeitos da coabitação e monoparentalidade sobre as crianças, os dados são devastadores. Em 1988, quase metade (46%) das crianças que viviam em famílias monoparentais matriarcais viviam na pobreza, o que contrasta com os 9% das crianças pobres relativas às famílias biparentais com os pais casados. A probabilidade de desistência do ensino secundário é de 37% para as crianças nascidas fora do casamento, contra 13% para aquelas cujos pais se mantêm casados. 72% dos adolescentes homicidas, 70% dos presos de longa duração e 60% dos violadores são oriundos de lares sem pai. “Quando se diz, com cada vez mais frequência, que é quase indiferente a estrutura da família, estes dados – que são aceites unanimemente em termos académicos – prova que a família tradicional tem maior capacidade”, assegura Jorge Líbano Monteiro. As conclusões afirmam que o aumento de famílias com um pai, uma mãe em que os filhos não convivem com o pai e a mãe ao mesmo tempo tem vindo a provocar nestas crianças comportamento complicados e delinquência.


ACEGE