Nacional

Empresários não devem influenciar a decisão política

Luís Filipe Santos
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Uma das obrigações éticas na acção empresarial contidas no Código de Ética dos empresários e gestores que foi assinado hoje, em Lisboa.

“Procurar proteger as pessoas mais frágeis, económica e, ou psicologicamente, não explorando a sua situação nem as utilizando como modo de obter vantagens competitivas” e “não influenciar de modo ilegítimo a decisão política, nomeadamente não financiando à margem da lei os partidos políticos ou participando em actos de corrupção de decisores públicos” – são duas das obrigações éticas na acção empresarial contidas no Código de Ética dos empresários e gestores que foi assinado hoje (20 Outubro), em Lisboa. Este documento, cuja discussão pública se iniciou em Maio de 2004 e que culminou com o comprometimento pessoal de empresários e gestores, pretende ser uma referência para a actuação dos homens e mulheres que gerem as empresas, propondo a adopção de valores e sugerindo caminhos que permitam promover a competitividade do tecido empresarial português. O projecto que levou à elaboração do Código de Ética da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) resultou de um moroso processo de debate e discussão pública de ideias e valores que nele contidos, teve como principal coordenador José Roquette, que partiu da premissa de que a ética empresarial implica o confronto permanente entre a procura de uma maior rentabilidade com a defesa da dignidade humana. Dividido em quatro pontos – Preâmbulo, Princípios Fundamentais, Obrigações Éticas na Acção Empresarial e Defesa do Sentido do Compromisso Ético Empresarial – salienta que a “ética profissional é a mesma da vida privada” Esta não depende “de políticas, países ou momentos mas é caminho para o fim último a que aspiramos para a nossa Vida”. Ao nível do funcionamento da economia de mercado, o documento sublinha que devem ser respeitados “os sãos princípios da economia de mercado, na compra e na venda, como nos investimentos a realizar, evitando todas as práticas que tendam a falsear o processo económico”. E exemplifica: “a economia paralela ou a fixação de preços e acordos «informais» de partilha de mercado”. A luta activa “contra todas as formas de corrupção” é outra das obrigações éticas na acção empresarial. O Código de Ética pede também aos responsáveis pelas empresas portuguesas uma rejeição total à “publicidade e marketing que sejam degradantes, indignas, manipuladoras ou abusivas” e uma abstenção de “divulgar, ou fazer circular, notícias sobre pessoas ou entidades, com o objectivo de promoção do seu negócio de comunicação”. A ACEGE pretendeu que esta sessão pública de assinatura do Código de Ética mobilize as consciências “do maior número possível de pessoas com responsabilidades de gestão, ajudando-as não só a direccionar a sua vida profissional e social para a criação de uma sociedade mais justa, mas contribuindo também para transformar Portugal via compromissos com o bem e a verdade” – refere um comunicado da Associação Cristã de Empresários e Gestores. Notícias relacionadas •Código de Ética para Empresários


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