Empresas como lugar de cidadania LÃgia Silveira 23 de Abril de 2007, às 15:08 ... Responsabilidade social das organizações e desenvolvimento sustentável no centro do debate promovido pela CNJP Chamar a atenção para a responsabilidade social das instituições e das empresas mercantis foi o principal objectivo do Seminário organizado pela Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), que decorreu no passado Sábado. Debater o desenvolvimento sustentável num sentido mais amplo que “implica o equilÃbrio ecológico e a sustentabilidade que visa a coesão socialâ€, explicou à Agência ECCLESIA a Presidente da Comissão, Manuela Silva. A temática suscitou entre os presentes um grande interesse, visÃvel nas intervenções e também nos participantes, mas Manuela Silva lamenta a fraca participação de empresários e gestores. O termo «responsabilidade social» já entrou no vocabulário corrente, “sinal de que está também presente nas preocupaçõesâ€, sublinha, mas “estamos ainda muito longe de um entendimento suficientemente abrangente e comprometedor por parte das instituições e das empresasâ€. “A responsabilidade social não é opcionalâ€, sustenta Manuela Silva e este seminário pretendia promover esse entendimento. “É uma componente intrÃnseca, porque as instituições e empresas devem ser lugares de cidadaniaâ€. No comunicado final do encontro pode ler-se que “a responsabilidade não pode ficar circunscrita aos poderes públicos já que as empresas e as instituições detêm, na sociedade contemporânea, um protagonismo potencial de viabilização ou negação do desenvolvimentoâ€. Esta responsabilidade engloba também a forma como “a empresa se relaciona com os seus próprios trabalhadores, clientes, fornecedores e, ainda, com o meio local (fÃsico e societal) e o paÃs em que a sua actividade está implantadaâ€. A empresa deve ser uma “entidade cidadãâ€. O seminário apontou também a necessidade de “a sociedade civil e o poder polÃtico se mobilizarem para definir alterações institucionais e nÃveis de exigência apropriados e criar condições para os tornar exequÃveisâ€. O seminário destacou ainda as boas práticas, que já vão acontecendo, mostrando que “esta ideia vai fazendo algum caminhoâ€. No entanto, é ainda uma prática restrita, podendo alcançar um universo maior. A CNJP tem agora o propósito de suscitar um debate mais alargado, entre a opinião pública e os vários sectores sociais. Pobreza é uma aberração A Comissão Nacional Justiça e Paz é um organismo que tem por finalidade aprofundar e dar a conhecer o pensamento social da Igreja católica nas suas diferentes vertentes e desta forma contribuir para que a vida colectiva se paute por “critérios de respeito pela dignidade da pessoa humana, maior justiça e equidade na economia e na organização das sociedades, maior solidariedade entre os povosâ€, manifestou Manuela Silva aos presentes no Seminário. A preocupação social alarga-se a vários sectores da sociedade. Facto que a Presidente da CNJP acompanha com agrado. Cavaco Silva terminou “O Roteiro para a Inclusãoâ€, na mesma semana em que os Bispos Portugueses manifestaram, numa nota pastoral “Desenvolvimento e Solidariedadeâ€, uma preocupação pela pobreza. “Ainda bem que assim éâ€, destaca Manuela Silva. No estádio actual de riqueza e de conhecimento que existe à escala mundial, “a pobreza deve ser vista como uma aberração e um escândalo, que deve passar à história, como outros passaram também à históriaâ€, como é o caso da escravatura. Para que isso seja possÃvel “é preciso criar um clima cultural propÃcio a que se possam adoptar polÃticas e medidas convenientes para erradicar a pobreza no nosso paÃs e no mundoâ€, sublinha a Presidente da CNJP. Em comemoração dos 40 anos da EncÃclica Populorum Progessio, a CNJP prepara uma conferência para o mês de Maio onde pretende debater a sociedade à luz da Doutrina Social da Igreja, sob o tema “Por um desenvolvimento global e solidário, um compromisso de cidadaniaâ€. Manuela Silva adianta que vai ser convidado o subdirector geral da Unesco, Munir Buchnaki, “uma pessoa que tem trabalhado muito no sentido de integrar a não pobreza no conjunto dos direitos humanosâ€. Com esta iniciativa a CNJP quer aproveitar para desenvolver diferentes abordagens desta problemática, “de forma a dar um contributo não só à Igreja, mas à sociedade civilâ€, com vista a assumir o combate pela “não pobreza e contra a exclusão social como um acto de cidadaniaâ€. NotÃcias relacionadas Responsabilidade Social das Instituições e Desenvolvimento Sustentável CNJP Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...