Nacional

Encontrar a Páscoa nos mais débeis

Luís Filipe Santos
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Pediu D. Jorge Ortiga na Vigília Pascal

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, pediu aos cristãos, na Homilia da Vigília Pascal, que a transformação do mundo e o desenho de uma sociedade mais humana “não só é possível mas é um dever. Não tapemos os olhos nem fechemos os ouvidos. Não cruzemos os braços”. O Deus da Páscoa está em todos mas “encontramo-lo, dum modo mais sublime, nos excluídos, nos marginalizados e abandonados, nos débeis e pobres” - sublinhou. Apesar das situações anómalas vividas durante a Quaresma, o prelado bracarense realça que “o amanhã aterroriza-nos e vemos pais perplexos perante o futuro dos filhos” mas “há algo de novo a fazer. Queremos ser intérpretes dum mundo que não atemorize as crianças e que não lhe ofereça só dramas e dúvidas”. Nesta consciência de que o mundo não é só o “Reino do mal” e o “império dos crimes, temos, como crentes e membros da Igreja, o dever e a responsabilidade de recolocar a questão crucial do mundo actual e recordar-lhe que o mal da sociedade não está na ausência de Deus” mas “é esta que está a empurrar para um beco sem saída, para uma catástrofe de destruição, para um abismo de profundidade desconhecida” – disse na homilia da Vigília Pascal. “A noite do mal” não pode abafar a coragem de ver “o bem e de o dar a conhecer”. A Páscoa passa por aqui porque ela “é luz serena que ilumina e aconselha a não cair no desalento. Há sempre algo de belo que teremos de descobrir” – concluiu.


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