Mais de uma centena de membros das Irmandades/Confrarias da Diocese de Santarém encontraram-se com o Sr. Bispo no Centro de Pastoral da Diocese, no passado Sábado, dia 18 de Fevereiro.
Numa atmosfera de jubiloso convívio, partilhou-se a oração e a vida.
Depois de um tempo de oração, apresentaram-se as Irmandades/Confrarias presentes, dez ao todo, algumas com luzida e numerosa representação. Assim, disseram: “presente”:
- a Confraria de Nossa Senhora da Purificação de Alcanede, com 48 elementos;
- a Irmandade do Santíssimo Sacramento de S. Pedro de Tomar: 1 representante;
- a Confraria do Senhor Jesus das Necessidades de Santa Cita – Asseiceira, Tomar: 1 membro;
- a Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de Almeirim: 10 irmãos;
- a Confraria do Santíssimo Sacramento de Carvalhal de Aroeira, Torres Novas: 12 membros;
- a Confraria de Nossa Senhora da Purificação de Alcorochel: 7 membros;
- a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia da Serra, Tomar: 7 representantes;
- a Confraria do Santíssimo Sacramento de Cem Soldos, Madalena, Tomar: 9 elementos;
- a Real Irmandade do Santíssimo Milagre de Santarém: 6 irmãos;
- e a Confraria de São José , Chã de Baixo, Outeiro de Fora, Pernes: 9 confrades.
Passando, de relance, pelos dados da ficha de identificação, previamente enviada, cada uma partilhou o que era e os projectos que tinha. Foi momento muito enriquecedor e uma descoberta gratificante para todos os presentes. Eram uma grande família “irmanada” nos mesmos ideais. Sentiu-se, um pouco, o ambiente dos Actos dos Apóstolos: “tinham um só coração e uma só alma”.
O Senhor Bispo recordou a história das Confrarias/Irmandades, florescentíssimas na Idade Média, época em que elas foram a concretização da participação activa dos fieis leigos na vida e missão da Igreja, com iniciativas ligadas ao culto, à ajuda mútua e à solidariedade com os mais carentes de auxílio. Frisou que o espírito das Confrarias está hoje bem vivo, a propósito de outros interesses, que não os religiosos.
Focou, depois, os 3 valores-chave do espírito das Confrarias/Irmandades:
- a fraternidade entre os membros,
- a participação activa na vida e missão da Igreja,
- a espiritualidade. Este, a espiritualidade, é, verdadeiramente, a alma das Confrarias. Qualquer actividade, desde o cuidar da beleza e dignidade da Liturgia, até ao estar atenta às dificuldades dos Irmãos, exige vida interior, vida de oração. Os próprios actos externos, como a Procissão, mostram a transcendência da vida humana. São representação do mundo invisível da Fé.
A este propósito, recordou a conhecida pensadora francesa Simonne Weil, cujo primeiro impacto forte com a fé cristã se deu, precisamente, no Norte de Portugal, ao contemplar, atónita, os rostos daquelas mulheres vestidas de preto, com velas acesas na mão e cantando, numa procissão de penitência. Disse consigo: estas pessoas carregam o peso do sofrimento humano, mas dão-lhe um sentido.
No espaço de reflexão em conjunto, que se seguiu, houve oportunidade para dialogar sobre quatro questões:
1. Como fomentar maior fraternidade entre os membros da Confraria?
2. Como cultivar a espiritualidade?
3. Em que actividade religiosa podem dar maior colaboração?
4. Como colaborar para que a Igreja seja uma escola de comunhão?
Foi uma riqueza imensa de partilha de experiências e de sugestões que aconteceu no plenário. Apontou-se, entre outras, a reunião mensal para formação; e aqui surgiu, forte, um anseio: líderes espirituais precisam-se. O interesse e acompanhamento do sacerdote são indispensáveis para a formação dos membros das Confrarias. Foi ainda sugerido o encontro anual, e para todas as Confrarias, um encontro uma vez por ano, com tempo de formação, Eucaristia, Procissão e convívio. Tal encontro poderia não ser sempre em Santarém. Seria, ainda, conveniente uma reunião anual para formação dos Responsáveis das Confrarias. Neste ano da Eucaristia, na nossa Diocese, sugeriu-se a peregrinação ao Santuário do Santíssimo Milagre e a presença de todas as Confrarias, mormente as do Santíssimo Sacramento, na Procissão do Corpo de Deus.
Ficou, como apetite, o tema do encontro do próximo ano: a Festa e a Procissão: devolver ao Povo o protagonismo das Festas Religiosas.
Pe António Mendes