Na Paróquia de S. Paulo, encontraram-se, ontem, cristãos e cristãs que, em nome das Paróquias ou de Instituições socioeclesiais, estão comprometidos com o serviço organizado da caridade.
A sessão de abertura foi presidida por D. Gilberto Canavarro dos Reis que deixou palavras de incentivo aos presentes e, neles, a todos os que, em nome da Igreja, procuram ser sinal concreto do amor que Deus tem pela humanidade, preferencialmente, pelos mais pobres e marginalizados. Pediu que se mantivessem estes encontros, porque são oportunidades de enriquecimento formativo e de fortalecimento da fé, condições essenciais para o bom desempenho da missão confiada aos promotores da pastoral social. Referiu S. Paulo como modelo de cristão a seguir pelo testemunho de autenticidade da fé e pelos importantes e actuais ensinamentos que, através das comunidades cristãs que fundou, deixou a todos os que se decidem seguir a Cristo.
Foi, aliás, à luz do pensamento paulino que decorreu todo o encontro a começar pela visão que o apóstolo tinha dos fundamentos da prática da caridade. Com o contributo do Dr. Juan Ambrósio, docente da Faculdade de Teologia de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa (UCP), chegaram-se às seguintes conclusões:
- A identidade do cristão é um dom, cada um de nós é um tu de Deus pois o Deus-Amor e o Homem se “encontram” e formam uma unidade essencial;
- A presença de Deus em nós é que nos individualiza num eu e nos permitirá dizer “temos em nós Aquele que nos dá força”;
- Na verdade o Amor alimenta-nos, forma-nos, e é uma energia que nos ilumina, se expande e deve incidir sobre os “outros” – Bento XVI diz que um cristão deve ser o Amor em acto – e isto será verdadeira evangelização: a nossa Missão!
Numa reflexão mais de ordem pastoral, orientada pelo Professor Doutor Borges de Pinho, Catedrático da Faculdade de Teologia da UCP, foram indicados caminhos para a edificação de comunidades evangelizadoras pelo testemunho da caridade. Para além de se ter acentuado a importância da missão das comunidades cristãs, foi ainda constatado que:
- O essencial da experiência de ser cristão é o amor a Deus e ao próximo, por isso o verdadeiro sentido da vida do cristão é a doação aos outros (em especial aos mais pobres e excluídos da sociedade) o que resultará no imperativo da vida do cristão ter de ser “uma realidade práxica);
- Neste mundo cheio de opacidades e em crise será uma exigência o testemunho da caridade, individualmente, como Igreja e como experiência social e política;
- Torna-se necessário sentir Deus em nós e agirmos sempre em comunidade, como Igreja. E essas comunidades devem exalar esse bom odor de Cristo e levar os outros a dizer vede como eles se amam ...e nos amam;
- Esta vivência das comunidades evangelizadoras é UMA MISSÃO IRRENUNCIÁVEL!
Os testemunhos, na primeira pessoa, relacionados com visitas a reclusos, com apoio a idosos, com acções de conforto a doentes graves e a marginalizados, etc., serviram para exemplificar como é possível viver, no concreto do dia-a-dia, esta missão irrenunciável.
O Encontro foi encerrado pelo Director do Secretariado Diocesano da Acção Social e Caritativa que agradeceu a presença de todos e todas, pedindo que, face à crise financeira mundial, reforçassem a partilha de bens nas comunidades cristãs para, assim, cuidarem da satisfação das necessidades básicas dos que forem mais, gravemente, atingidos pela carência económica. Deixou ainda o apelo para que não se descurasse o rejuvenescimento e reforço da pastoral social para que esta possa estar à altura dos desafios do tempo presente.
Os participantes juntaram-se à comunidade paroquial de S. Paulo para a celebração da Eucaristia que foi presidida pelo pároco, Pe. José Gusmão e concelebrada pelo pároco da Cova da Piedade, Pe. Ricardo Gameiro Lopes.
(Caritas Diocesana de Setúbal)