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Ensino: Ano escolar marcado por «confusão» na colocação de professores, considera bispo do Algarve

Agência Ecclesia
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Prelado destaca que docentes de EMRC falam mais pelo «testemunho»

Faro, 14 out 2014 (Ecclesia) – O bispo do Algarve reuniu-se com os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) que vão lecionar nas escolas da diocese e lamentou a “situação de grande confusão, incompreensível” e “absurda” da colocação dos docentes.

“Vivemos um tempo de desânimo, de tristeza e de resignação, não só por causa da crise que tarda em passar mas também por estas situações concretas ligadas à colocação de professores”, revelou D. Manuel Quintas, citado hoje pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Para o bispo do Algarve, o novo ano letivo, que começou no início de setembro, está a ser “marcado por muita interrogação, apreensão e sofrimento”.

“Os critérios [de colocação] não são pastorais, são legais”, acrescentou o prelado, o qual destacou que este é o primeiro ano em que a colocação dos professores de EMRC passou das dioceses para o Ministério da Educação.

Por isso, o Algarve conta com três professores provenientes de outras dioceses, respetivamente um da Arquidiocese de Braga e dois da Diocese do Porto.

Segundo o ‘Folha do Domingo’, entre os “21 docentes colocados até à semana passada”, cinco foram inseridos na primeira fase através do concurso nacional e os restantes na segunda fase”.

No ano letivo 2012-2013, as escolas do Algarve contaram com 47 professores de EMRC e este ano, das 66 escolas, “28 ainda não tinham professor até ao final da semana passada”, informa o jornal, na sua edição online.

O encontro entre D. Manuel Quintas e estes professores, que marcou o início do ano letivo, realizou-se no Seminário de São José em Faro, e foi promovido pelo Secretariado do Ensino Escolar da Diocese do Algarve com a participação de 26 docentes.

Para o bispo Diocesano, O professor é um “homem de palavra”, mas o de EMRC “fala, sobretudo, por gestos e pelas atitudes que são mais eficazes do que as palavras”, ou seja, “pelo testemunho”.

Neste encontro, no último sábado, o bispo recordou ainda que na exortação apostólica “Evangelli Gaudium” (A Alegria do Evangelho) o Papa Francisco explica que a “educação tem de educar para a alegria verdadeira e profunda”.

 “Uma disciplina como esta tem de orientar, necessariamente, para a fonte da alegria que são os valores humanos e cristãos”, desenvolveu.

O bispo do Algarve pediu ainda aos professores que se apresentem aos párocos da área da sua escola e que participem no segundo Encontro Diocesano de EMRC, a 30 de abril em Portimão.

Segundo o Folha de Domingo, os alunos algarvios inscritos em EMRC representam  cerca de 25% do total de estudantes na região e os professores declararam que esta disciplina chega a ser colocada nos extremos dos horários, “numa manhã ou tarde livres dos estudantes”.

FD/CB/OC



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