A decisão do Governo espanhol de equiparar as uniões homossexuais ao matrimónio foi considerada pelo presidente da Comissão Episcopal da Família da CEP como “uma provocação à Igreja e aos valores da família".
O projecto foi aprovado pelo Governo de Madrid e vai ser enviado ao Parlamento espanhol.
D. Jacinto Botelho considera que esta é uma decisão que representa uma opção política anti-família. "É, no mínimo, provocatório e é um escárnio à doutrina fundamental da Igreja. Não seu o que estará por trás mas não há dúvida nenhuma que estará certamente essa mentalidade laicista, que esquece os valores fundamentais e, possivelmente, será o reflexo de uma programação contra a Família, contra os valores essenciais, contra o progresso da própria sociedade", disse à Rádio Renascença.
O secretário do Governo espanhol para os movimentos sociais e as relações com as ONG’s, Pedro Zerolo, disse esta semana que a campanha da Igreja contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o seu direito à adopção, que o governo do primeiro-ministro Rodriguez Zapatero pretende regularizar em 2005, terá como resposta a aprovação do matrimónio homossexual no Parlamento, “onde reside a soberania popular”.
A Conferência Episcopal espanhola iniciou no passado Domingo uma campanha informativa sobre o matrimónio, a família e a vida humana, com o documento “homem e mulher os criou”. A iniciativa foi celebrada nas 69 dioceses do país, com a distribuição de sete milhões de desdobráveis nas paróquias espanholas, nos quais se indica que “no matrimónio, Deus une homem e mulher para que, formando uma só carne, possam transmitir a vida humana”.
Para Zerolo, “a Igreja tem o direito de manifestar as suas opiniões sobre as reformas que o Governo pretende implementar”, mas considera que os Bispos “estão errados na sua mensagem, sobretudo na sua forma”.
O documento considera que o comportamento homossexual “é eticamente reprovável” e que “duas pessoas do mesmo sexo não têm nenhum direito a casar-se”.
Sobre a adopção por casais do mesmo sexo, afirmam que “a figura do pai e da mãe é fundamental para a clara identificação sexual da pessoa”.
“Deus, que cria o homem e a mulher, cria-os também para que sejam primeiro filho e filha e depois, através do amor conjugal, pai e mãe”.