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Equipas familiares paroquiais na resposta aos desafios actuais

Lígia Silveira
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Comissão Episcopal do Laicado e da Família quer criar associação eclesial de movimentos

A Comissão Episcopal do laicado e Família reuniu recentemente, em Fátima, e enalteceu o trabalho que as equipas paroquiais de pastoral familiar estão a desenvolver. Esta proximidade é, na visão do secretário da Comissão Episcopal, o Pe. Luís Inácio João, benéfica para enfrentar os desafios actuais que a instituição familiar atravessa. Políticas legislativas de ataque à família, católicos divorciados, reconhecimento civil da união entre pessoas do mesmo sexo são desafios actuais, não exclusivos de Portugal, que “as equipas paroquiais têm capacidade de respostasâ€, pois são “as bases vivas e ecos da realidade local, e ao mesmo tempo pessoas que acolhemâ€. O Pe. Luís Inácio afirma que as actividades mundiais são importantes “mas de nada valem se não chegarem às basesâ€. Estas equipas permitem “um efectivo intercâmbio e trabalho conjunto com os secretariados diocesanosâ€. O acolhimento, característica essencial do ambiente familiar, é uma prática que as equipas paroquiais podem desenvolver. O Pe. Luís Inácio aponta que “o acolhimento deve ser direccionado para todos quantos têm problemasâ€, indicando que haverá muitos mas “o central ainda é a vida em famíliaâ€. “O acolhimento sobretudo a pessoas que vivem problemas é essencial. E o acolhimento a fazer é no seio de outras famílias que constituem a comunidade e a Igrejaâ€. O secretário da Comissão lembra casos especiais, “muitas vezes muito dramáticosâ€, recordando casamentos civis de pessoas divorciadas “que não estando dentro do matrimónio eclesial, não são postos de lado, são acolhidos na sua condiçãoâ€. Recentemente o presidente do Conselho Pontifício para a Família, o Cardeal Ennio Antonelli, recebeu a Associação das Famílias Separadas Cristãs, no Vaticano. O Pe. Luís Inácio recorda que a recomendação do acolhimento não é nova “há muito que a sua prática é enaltecida e recomendadaâ€. “Não significa aprovação, mas consideração dos casosâ€, explica. “Não existe forçosamente uma nova acção, mas sim a aplicação do que a Igreja sempre frisou que é a atenção especial, o acolhimento na caridade máxima e na maior inserção possível na comunidadeâ€, frisa. Sobre a intenção do governo, na próxima legislatura, debater o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o Pe. Luís Inácio indica não ter sido assunto abordado na reunião da Comissão Episcopal. “Não se tratam de casamentos, é outra realidade. Não se trata de desconsideração pelas pessoas, mas antes a consideração pela diferença. Não devemos confundir usando as mesmas designaçõesâ€. O secretário da Comissão indica que “casamento é outra coisa, logo não devemos confundirâ€. Antes mesmo da reunião da Comissão Episcopal, esta auscultou os Secretariados Diocesanos da Pastoral Familiar e as direcções dos Movimentos da Pastoral familiar, em Portugal. O Pe. Luís Inácio explica que se quer imprimir “uma dinâmica no trabalho que os secretariados estão a fazerâ€. Os secretariados têm por missão estabelecer pontes entre a diocese e as paróquias. “Os responsáveis apontam dificuldades em activar essa ligaçãoâ€, recorda. Constituição de associação ecclesial Os movimentos e obras do laicado estão a constituir-se enquanto associação eclesial. A partir do Conselho Nacional de Movimentos e Obras (CNMO) que até agora tem desenvolvido um caminho “essencialmente de partilhaâ€, esta associação tem por objectivo “ter uma “dinâmica estruturada, acolhida por todos para uma acção mais activa†com vista à “renovação da Igreja que passa pelo laicadoâ€. O Pe. Luís Inácio lembra que “os movimentos são importantes pela sua especificidade. Cada qual com os seus carismas próprios tem uma acção própria que não pode ser esquecidoâ€, mas a cooperação mútua “tem de provocar mais acção que apenas o conhecimentoâ€. “O CNMO é uma instituição de inscrição livre, mas criada pela inscrição de cada movimento, que a Igreja apoia e que agora pretende ver evoluirâ€. O evoluir dita que seja agora “uma cooperação de acção†que terá planos comuns mas a aplicar segundo cada movimento. Os estatutos estão a ser definidos e sob consulta dos diversos movimentos para “discussão de textoâ€.


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