Entre 2000 e 2005, relativamente à Lepra, os países endémicos passaram de 95 para menos de metade. Em declarações à Agência ECCLESIA João Ferreira, Presidente da direcção da Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau (APARF) sublinha que
Há um programa da Organização Mundial de Saúde, anterior a 2000, que previa “um esforço maior até 2005 no sentido da erradicação da doença”. Apesar de não ter sido possível essa erradicação “assistimos a uma redução enorme” e “prevê a erradicação para 2015”
Os países endémicos estão situados na América Latina, África e Ásia e a doença “é um problema de saúde pública (há mais de um doente – leproso – por dez mil habitantes)”
A APARF realizou, recentemente, em Fátima o VIII Encontro Nacional subordinado ao tema «Viver é a ajudar a viver». Com mais de cem participantes, esta iniciativa ajudou na reflexão sobre a problemática da Lepra e aprofundar a história de Raoul Follereau.
Alguns países lusófonos (Moçambique, Guiné e Angola), a Lepra ainda é um problema de Saúde Pública.
Em Portugal “não temos nenhum problema de Saúde Pública há mais de trinta anos, nenhum problema de Saúde Pública”. O Hospital Rovisco Pais – tratava doentes nesta área – foi desactivado na década de oitenta. Os cerca de 500 doentes que estavam naquela estrutura hospitalar “tiveram alta médica e ficaram lá apenas os que não tinham casa ou família que os recebesse” – realçou João Ferreira. E acrescenta: “actualmente, este hospital tem somente 23 pessoas”.
Para além do número citado, a Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau calcula que existam mais duas centenas de leprosos em Portugal, mas não “os conhecemos todos”. Fora do Hospital Rovisco Pais “apoiamos cerca de 50 leprosos”.
Em Portugal, de 2002 a 2006, o número de “casos novos” aumentou. E avança: “só em 2006 tivemos 16 casos novos”. A maior parte destes casos são de imigrantes. “Estão cá, foram diagnosticados cá e estão a ser tratados cá” – salienta.
Actualmente, a APARF tem uma voluntária a trabalhar em Nampula (Moçambique). “O ideal seria termos muitos voluntários, mas é difícil” – lamentou. E acrescenta: “são experiências riquíssimas, mas muito difíceis”
Os participantes deste encontro da APARF pediram para que os encontros nacionais da APARF passem a ser anuais, visto que os encontros realizavam-se de dois em dois anos. “Isto demonstra um interesse crescente” – conclui.