Nacional

Estandartes de volta às janelas e varandas

José Carlos Patrício
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Iniciativa quer ajudar a recuperar a «essência do Natal»

Os cristãos gostam de mostrar aquilo em que acreditam e o tempo de Natal é a ocasião ideal para divulgarem a figura central da sua fé, Jesus Cristo.

Apoiados nesta premissa, um grupo de leigos cristãos fez-se à estrada, pelo segundo ano consecutivo, desafiando todas as comunidades a enfeitarem as suas casas não com o Pai Natal ou com as renas, mas com um estandarte do Menino Jesus.

«O Natal não é mais do que o nascimento de Jesus e às vezes respira-se um ambiente contrário, respira-se consumismo», lamenta Paula Calderón, uma das responsáveis pela Plataforma «Estandartes de Natal», que trouxeram esta iniciativa para Portugal em 2009, depois do sucesso obtido em território espanhol.

Actualmente, a quadra natalícia é dominada pelas compras e pelos presentes, numa azáfama que se prolonga de Novembro a Dezembro. Assim, «é difícil voltarmos ao que é essencial», refere a mesma fonte, em declarações ao programa da Igreja Católica na Antena 1.

Numa sociedade em que «há tantas tentativas em retirar os símbolos cristãos», Paula Calderón acredita que os estandartes expostos nas janelas, um pouco por todo o lado, podem contribuir para «alterar as mentalidades e para se pensar mais em Jesus».

Depois de um primeiro ano em que se venderam 30 mil estandartes, a ideia para 2010 foi diversificar a oferta, criando um kit composto por um estandarte de Natal (um pendão com o menino Jesus ao centro); uma mensagem de D. Carlos Azevedo (presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social) e um pequeno Evangelho Diário (editado pelo Apostolado da Oração).

«O ano passado, ficámos espantados pela procura que havia, houve muitas pessoas que nos disseram que não tinham conseguido arranjar estandartes, daí que tenhamos repetido este ano, para chegar a mais pessoas» explica Inês Freitas Forero, outra das leigas que integra a Plataforma «Estandartes de Natal».

São 20 as dioceses que já se associaram a esta iniciativa – a maior novidade da edição 2010 prende-se com o facto do movimento de leigos contar com a participação de cinco obras sociais, quatro nacionais e uma internacional.

«Primeiro quisemos que estes estandartes se vendessem em exclusivo nas paróquias, para que se percebesse que era uma iniciativa cristã, mas este ano abrimos o leque a algumas associações» explica Paula Calderón, para quem «nunca é demais cristianizar, seja onde for».

O preço de venda recomendado para cada kit é de 12 euros e todos os lucros vão reverter para as obras sociais e para todo o tipo de necessidades das paróquias envolvidas.



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