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Estudo analisa relação da Escola com Famílias imigrantes em Portugal

Nuno Rosário Fernandes
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A possibilidade de pais imigrantes escolherem para a educação dos seus filhos, “escolas com as quais mais se identificam, pelo seu projecto, e pelas suas características”, é uma proposta, que consta das conclusões de um estudo apresentado esta semana, em Lisboa, coordenado pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Tomaz Silva Nunes. «Cooperação Família Escola – Estudo de Situações de Famílias Imigrantes na sua relação com a Escola» é o resultado de uma investigação “de carácter exploratório realizada em três escolas do Ensino Básico”, com características multiculturais, disse o bispo à Agência ECCLESIA. A realização deste estudo, agora publicado em livro, foi delimitada “ao universo dos imigrantes africanos e de países de Leste”, e teve por objectivo “apreciar as expectativas dos pais destas crianças, relativamente à escola, e as suas formas concretas de cooperação entre família e escola”. Em jeito de conclusão, são ainda apresentadas algumas “propostas de medidas a tomar para potenciar e melhorar essa cooperação”, explicou. Divididas em três tipos, as conclusões que este estudo apresenta contemplam, a área de políticas educativas, a prospecção para políticas familiares, e o prosseguimento desta investigação. Segundo D. Tomaz Silva Nunes, há propostas na linha das políticas educativas que, “consistem em por em prática o que já está legislado são orientação para todas as escolas, mas são também propostas que implicam uma outra atitude pessoal e colectiva nas escolas que, têm muito a ver com o bom acolhimento e com a sensibilidade para o pluralismo de situações, até culturais”. Conclui este estudo que “a situação precária de trabalho dos pais, dificulta muito as deslocações destes, às escolas, para se informarem sobre o andamento da educação dos seus filhos” e, releva ainda o bispo que coordenou a investigação, faz-se a proposta de “identificar as situações familiares das populações imigrantes, e o levantamento das necessidades educativas dessas famílias, reconhecendo o seu potencial cultural e de como este pode facilitar a educação das novas gerações”. Salienta-se ainda que as escolas objecto de estudo foram escolhidas por serem “escolas com boas práticas, onde as dificuldades inerentes à condição de imigrante e a relação do professor com as familias tem sido de alguma maneira enfrentada e superada”, sublinhou.


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