Em Portugal o problema afecta perto de 50 mil menores
A eliminação do trabalho infantil em todo o mundo poderia gerar benefícios de 5,1 mil milhões de dólares, uma soma sete vezes superior aos custos estimados para o alcance de tal objectivo, anunciou a Organização Mundial do Trabalho (OIT)
Num amplo estudo sobre a questão, a OIT calcula que a eliminação do trabalho infantil, que afecta uma em cada seis crianças no mundo, e sua substituição por uma educação universal, custaria à volta de 760 milhões de dólares, nos próximos 15 anos.
“Uma boa política social também é uma boa política econômica”, disse Juan Somavia, Diretor-geral da OIT, acrescentando que a eliminação do trabalho infantil seria um investimento muito rentável.
A comparação entre custos e benefícios não se fez com o objetivo de justificar a erradicação do trabalho infantil - já contemplada em duas Convenções da OIT -, mas sim com o propósito de entender as consequências econômicas que tal acção acarretaria.
Segundo a OIT, o trabalho infantil envolve cerca de 246 milhões de crianças em todo o mundo. Desse total, 179 milhões estão expostas às piores formas de exploração, com risco de sua integridade física e mental.
O trabalho infantil é uma realidade que afecta perto de 47 mil menores em Portugal. O fenómeno alterou-se nos últimos anos, com o aumento de crianças a exercer uma actividade laboral em ambiente familiar (40 mil) e com a diminuição do trabalho de menores por conta de outrem (menos de 7 mil). Os números são de um estudo realizado em 2001 pelo Sistema de Informação e Estatística sobre Trabalho Infantil.