Europa a envelhecer precisa dos imigrantes Paulo Rocha 17 de Janeiro de 2009, às 18:18 ... Viver com mais imigrantes e com mais idosos é condição do «velho Continente», onde a diminuição da população é um risco A Europa precisa dos emigrantes para não envelhecer. No final do século XX e inÃcio do séc. XXI, o crescimento demográfico na Europa fica a dever-se à imigração. Entre 1996 e 2005, nasceram mais 2 milhões de pessoas do que morreram, na Europa. E entraram mais 12 milhões de pessoas do que saÃram, no mesmo perÃodo. Os imigrantes são, assim, responsáveis por “um crescimento demográfico de 85 por centoâ€. Pelas estimativas da União Europeia (UE), se a Europa fechar as entradas ou se as saÃdas forem iguais à s entradas, a UE diminui a população já em 2020. Para crescer a população na Europa, a imigração é inevitável. Até esse perÃodo, têm de entrar 2 milhões de pessoas de pessoas por ano. E para o rejuvenescimento da população, é preciso acolher 3 milhões de pessoas por ano. EstatÃsticas apresentadas no IX Encontro de Agentes Sócio-pastorais das Migrações por Jorge Malheiros, investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, que afirmou a inevitabilidade, apesar de tudo, do envelhecimento da população na Europa. “Os imigrantes são muito importantes para o crescimento demográfico, mas insuficientes para inverter o processo de envelhecimento da população, embora possam atenuá-loâ€, referiu Jorge Malheiro, afirmando que “os próximos anos serão com mais imigrantes e também com mais idososâ€, desafiando os presentes a se “adaptarem a sociedades envelhecidasâ€. Sendo cerca de 200 milhões os migrantes no mundo, a escolha da UE como destino cresce, nomeadamente na Europa do Sul onde a Espanha é o segundo paÃs de destino do mundo, logo após os Estados Unidos. Caso português Considerando o perÃodo inter-censitário (1991-2001), é evidente o contributo dos imigrantes para o crescimento populacional, que passou dos 9 para os 10 milhões pessoas. “Não há crescimento da população activa se não tivermos imigração. Quer dizer, a força de trabalho não aumentaâ€, anotou Jorge Malheiros. Mantendo sempre a superioridade de nascimentos em relação aos óbitos, em 2008 essa relação inverteu-se: pela primeira vez, o número de nascimentos foi inferior em relação à s pessoas que morreram. O que responsabiliza claramente a entrada de imigrantes pela continuidade do aumento da população; são eles também que asseguram “o volume de mão-de-obra que os paÃses necessitamâ€; e, por essa via, “um maior número de contribuintesâ€. Fenómeno crescente na década de 90, é sobretudo perto da viragem do milénio e no inÃcio do séc. XXI que Portugal é escolhido como paÃs de destino de muitos migrantes. Actualmente, são já as mães estrangeiras as que, proporcionalmente, mais têm contribuÃdo para que o número de nascimentos em relação aos óbitos não se distancia, negativamente. Também porque aumentam os casamentos estáveis, também entre portugueses (as) e imigrantes. Regionalmente, e para além dos grandes centros urbanos do litoral, o Algarve e o Alentejo recebem um número crescente de imigrantes. É, no entanto, nas regiões mais desenvolvidas que os migrantes e os filhos dos imigrantes têm possibilidade percursos sociais com mais notoriedade, também por diferenciados postos de trabalho. NotÃcias relacionadas • PolÃticas de cooperação para combater o desemprego na Europa • Perder o medo diante do estrangeiro Migrações Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...