Evangelização: Congresso nacional e Carta Pastoral marcaram última década das Obras Missionárias PontifÃcias
Padre Durães Barbosa avalia onze anos na direção de organismo nacional dependente do Vaticano
Lisboa, 08 set 2011 (Ecclesia) – O Congresso Missionário Nacional, em 2008, e a Carta Pastoral do episcopado sobre as missões, em 2010, marcaram “uma linha de rumo para o futuro” da Igreja Católica em Portugal, nomeadamente quanto ao envolvimento dos bispos na missionação.
Após o termo do segundo mandato como diretor das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), o padre Manuel Durães Barbosa disse à ECCLESIA que o congresso, onde ficou vincado que “a dimensão missionária faz parte do ser cristão”, foi a “única ocasião” em que viu “interessados” os bispos, institutos missionários e leigos.
Dois anos mais tarde o episcopado publicou a Carta Pastoral ‘Para um rosto missionário da Igreja em Portugal’, documento que para o sacerdote “implica a responsabilidade dos senhores bispos no sentido de dinamizarem tudo o que vem para o futuro, sobretudo a criação dos centros missionários diocesanos e a implantação dos centros paroquiais”.
[[v,d,2424,Entrevista aos padres Tony Neves e Manuel Durães Barbosa]]Quando o padre Durães Barbosa tomou posse, há cerca de 11 anos, a OMP “não era conhecida em Portugal”, pelo que a primeira prioridade foi fazer com que este organismo dependente do Vaticano “fosse conhecido” e se tornasse o “órgão coordenador de todo o esforço feito pelo institutos missionários”.
O antigo responsável considera que este objetivo foi atingido “em parte” mas o padre Tony Neves, diretor do Departamento de Animação Missionária do Patriarcado de Lisboa, assinala que um dos “grandes méritos” da anterior direção foi tentar estabelecer uma “coordenação muito efetiva” entre institutos religiosos, dioceses e movimentos.
O padre Durães Barbosa, que também é secretário da Comissão Episcopal das Missões, tentou igualmente que os responsáveis pela animação missionária nas dioceses tivessem uma “equipa plural que reunisse leigos, sacerdotes e institutos”, o que só foi concretizado a “100 por cento” em alguns locais.
Para o padre Tony Neves, estas estruturas podem ser veículo de transmissão do dinamismo missionário se conseguirem ter influência nos organismos mais próximos dos fiéis, como as vigararias.
“A missão só pode aparecer no quadro da diocese se se manifestar no âmbito mais pequeno. Se não chegarmos próximo daqueles que estão no terreno e ficarmos só em documentos largos e teorias muito gerais, então não funciona”, salientou.
De 16 a 18 de setembro realizam-se em Fátima as Jornadas Missionárias, sob o tema “Voluntariado e missão”, e durante o próximo mês a OMP organiza o tradicional “outubro Missionário”.
As Obras Missionárias Pontifícias prepararam um documento de 80 páginas, enviado a todas as paróquias e disponível na internet, com guiões para celebrações da via-sacra, vigília e meditações para a oração mariana do Rosário.
O caderno contém comentários às leituras proclamadas nas missas dominicais, reflexões sobre o Ano Europeu do Voluntariado e a evocação dos 25 anos do encontro que o Papa João Paulo II teve na cidade italiana de Assis com líderes religiosos de todo o mundo.
O padre Durães Barbosa, da congregação dos Missionários do Espírito Santo, passou o testemunho de diretor da OMP ao padre António Manuel Batista Lopes, nomeado por decreto da Santa Sé.
O religioso do Verbo Divino, natural da Aldeia da Ponte, diocese da Guarda, foi ordenado padre em 1986, tendo partido para o Togo, onde dirigiu o Centro Bíblico de Lomé, capital daquele país africano, após ter estudado Sagrada Escritura em Paris.
PTE/RM
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