Nacional

Evangelizar com gestos e simbologias próprias de cada época

Luís Filipe Santos
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Alerta o Provincial dos Padres Vicentinos

“O fenómeno da descristianização não é só em Portugal e deve-se essencialmente a uma forte mudança cultural. Cortou-se o elo da mensagem cristã que passava dentro das famílias” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. José Alves, Provincial da Congregação da Missão (vicentinos). Esta congregação nasceu no século XVII, sob a inspiração de S. Vicente de Paulo, para a evangelização do povo que chamaríamos hoje, catequese de adultos. “No século XVII os cristãos eram muito ignorantes em relação à religião” e o “nosso campo alargou-se à formação do clero” – referiu. S. Vicente de Paulo iniciou os seminários, em França, e criou também nas paróquias associações de caridade. Os tempos evoluíram e os vicentinos deixaram os seminários porque “felizmente as dioceses assumiram as suas direcções. Continuámos com as missões populares”. Estes são chamados a fazer missões populares mediante a pregação aos adultos. A missão popular é um “tempo forte na vida de uma comunidade cristã e é constituída sobretudo por três tempos: Pré Missão (preparação mediante a formação de animadores); Missão (anuncia a palavra de Deus em pequenas comunidades familiares) e Pós Missão (acompanhamento dessas comunidades)” – descreveu o Pe. José Alves. A nova evangelização “não é um fenómeno de hoje. A igreja sempre viveu esta preocupação de encontrar linguagens adequadas e gestos e simbologias próprias a cada época e a cada destinatário para anunciar o Evangelho”. Com o Congresso Internacional da Nova Evangelização à porta, o provincial dos Padres Vicentinos alerta: “os que vão evangelizar devem adaptar-se às circunstâncias concretas de cada região. A verdadeira pastoral não pode ser constituída por balões de oxigénio mas resultado de um trabalho persistente, continuado e ousado”. Com casas em Vila Real, Porto, Lisboa, Santarém, Funchal e Beja, os padres vicentinos ou lazaristas apostam na linguagem adulta da fé. “No Alentejo muitas vezes é uma missão onde se faz o primeiro anúncio, ao passo que no Norte são missões onde se tenta reavivar a mensagem cristã que as pessoas receberam em criança. É preciso conduzir as pessoas à expressão de uma linguagem adulta” – finaliza.


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