A maioria das acções realizadas pela Cáritas Diocesanas de Lamego são feitas por voluntários. Entretanto, a ausência de um local para acolher um Gabinete de Atendimento destaca-se como uma das condicionantes para a continuação do trabalho de voluntariado desta instituição no concelho.
Localizada temporariamente na Residência Paroquial de Penude, a Cáritas Diocesana de Lamego tem como objectivos a “assistência em situações de emergência ou dependência, a promoção da autonomia e do desenvolvimento integral de cada ser humano e a transformação nos domínios sociais e ambientais de acordo com os valores da ética cristã”.
De acordo com o presidente da Cáritas de Lamego, Padre Adriano Cardoso, a existência de uma sede para a instituição é “um dever da Diocese”.
“Hoje em dia, faltam-nos algumas estruturas materiais. (...) O local que ocupávamos anteriormente, em frente a Sé Catedral, está em obras, já que vai ser transformado em museu. Mesmo assim, foi-nos prometido que, nesse mesmo local, haverá espaço para a nossa sede”, completou.
Actualmente, a Cáritas de Lamego conta com parcerias locais, sendo as principais com a Santa Casa da Misericórdia, as redes de Acção Social das Câmaras Municipais, das Associações Culturais, além de outras instituições.
Ao todo, a Cáritas de Lamego, que conta com cerca de 35 voluntários, realiza acções de solidariedade nos 14 municípios que fazem parte da Diocese de Lamego, sendo eles Cinfães, Resende, Tarouca, Castro Daire, Moimenta da Beira, Vila Nova de Paiva, Armamar, Tabuaço, S. J. da Pesqueira, Mêda, Vila Nova de Foz Côa, Sernancelhe, Penedono e, obviamente, Lamego. Mesmo assim, as actividades da Cáritas lamecense não se restringem a estes concelhos, já que, sempre que é preciso, a instituição promove várias acções, a nível nacional e internacional, como recolha de fundos, entre outras acções, destacando-se, também, o apoio à terceira idade, à família, à juventude, aos sem abrigo, aos deficientes, à infância, aos toxicodependentes, à educação e alfabetização, além do combate à exclusão social. Essas acções decorrem juntamente com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Há também acções de implementação de programas de apoio materno-infantil, infanto-juvenil, mulheres vítimas de violência doméstica, bem como no apoio às minorias étnicas, comunidades de imigrantes e suas famílias, seropositivos e alcoólicos.
Segundo este pároco, um dos grandes “desafios” da Cáritas é “ter contactos em cada lugar para que, num momento de emergência, possamos mobilizar essas pessoas, a fim de intervir de forma imediata na resolução desses problemas”.
“O número de voluntários está maior do que em anos anteriores. Por isso, precisamos de uma sede para que o trabalho voluntário tenha maior dinâmica, já que o voluntariado está na moda”, finalizou.
Recorde-se que a Cáritas Portuguesa é a federação nacional das 20 Cáritas Diocesanas distribuídas pelo território continental e regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Em conjunto, regem-se pela doutrina social da Igreja e orientam a sua acção de acordo com os imperativos da solidariedade, dando resposta às situações mais graves de pobreza, exclusão social e situações de emergência em resultado de catástrofes naturais ou calamidade pública.
A Cáritas Portuguesa foi criada logo após a II Guerra Mundial e teve como primeira actividade o acolhimento de crianças refugiadas. A resposta aos problemas sociais de maior gravidade foi imediatamente definida como uma das suas principais vocações. Os primeiros estatutos datam de 1956.
É também membro da Cáritas Internationalis, confederação das 162 organizações católicas de ajuda ao desenvolvimento e de serviço social a operarem em 201 países em todo o mundo, e da Cáritas Europa, onde estão congregadas as Cáritas nacionais dos países europeus.
Semanário “Lamego Hoje”