A peregrinação anual que todos os anos leva a família Espiritana até Fátima teve este ano um clima ainda mais festivo por causa das recentes celebrações 300 anos da Congregação.
O Pe. Eduardo Miranda, Provincial dos Espiritanos , confirma que a peregrinação de 5 e 6 de Julho foi vivida “no rescaldo da festa”. “Este ano tivemos como lema ‘Com Maria ao encontro dos pobres’ e é evidente que queremos aproveitar o dinamismo que nos vem da celebração dos 300 anos da missão Espiritana”, afirma.
“Estão aqui todas as formas de fazer missão, os seus novos agentes, desde os jovens aos menos jovens, todos os que partilham a nossa espiritualidade trabalhando no voluntariado ou nas suas paróquias, sensibilizando para a missão as comunidades ou aderindo a projectos de solidariedade”, vinca o Pe. Tony Neves, missionário espiritano.
D. Paulino Évora, Bispo cabo-verdiano, revela à agência ECCLESIA que “indo a Fátima, os Espiritanos têm oportunidade de agradecer o dom de dois grandes homens que intuíram a missão a favor dos pobres; além disso, é uma ocasião para tomar o pulso ao fervor da missão”.
“Como Bispo e espiritano, vivi esta celebração dos 300 anos na minha diocese, acompanhando os eventos que iam acontecendo em Portugal e a preocupação que todos tiveram em ir às fontes”, acrescentou.
A festa contou com uma componente internacional trazida pela participação de diversos grupos, como explica o Pe. Tony Neves: “houve alguns elementos novos e que para nós são muito significativos, como a peregrinação dos ciganos de Bordéus, acompanhados pelo Pe. Gilbert Tenailleau, a Coral Africana de Bordéus e um grupo de zulus da África do Sul”.
Chegados ao fim do dinamismo celebrativo dos 300 anos, a sensação que fica é a de dever cumprido. “Um dos objectivos foi o de renovar e partilhar a nossa história e espiritualidade e isso foi conseguido. Foi também um momento muito forte de comunhão na missão, criando uma corrente de unidade e de partilha que aponta para um futuro esperançoso”, afiança o Pe. Eduardo Miranda.
Nesta corrente de comunhão na missão a importância dos leigos nos projectos da família Espiritana é indesmentível. “Sabemos que hoje a missão é plural - revela o Pe. Tony Neves -, tem muitos rostos e há papéis técnicos que não podem ser desempenhados por sacerdotes ou religiosos. No mundo da educação, da saúde ou da tecnologia, melhor do que nós, são os leigos quem pode ajudar.”
A próxima etapa é já em 2004, adianta o Superior Provincial dos Espiritanos. “Algo que vai ser muito marcante no futuro é a realização do Capítulo Geral da Congregação, que em 2004 será no nosso país. A presença de tantos rostos de missão com os seus testemunhos será, certamente, um dom para a nossa Igreja portuguesa”, assegura o Pe. Eduardo Miranda.