Preocupações da Comissão Diocesana da Pastoral Operária do Porto
“A região da diocese do Porto atravessa uma situação particularmente grave e que está a marcar os trabalhadores. Todos os dias verificamos que as estatísticas ao nível do desemprego estão a progredir a um ritmo acelerado. Graças aos despedimentos colectivos, muitas famílias inteiras ficam sem o seu «ganha-pão» - denuncia da Comissão Diocesana da Pastoral Operária do Porto. Numa Nota divulgada à Comunicação Social, este organismo reconhece que o mundo do trabalho sofreu muitas alterações mas “não podemos admitir que os trabalhadores sejam sempre o «elo mais fraco» a pagar a crise”. Pede-se aos trabalhadores cada vez mais adaptação, flexibilidade, competência profissional e eficácia, no entanto, “os salários de grande parte dos trabalhadores não vão além do salário mínimo nacional e o custo de vida tem subido muito” – alerta.
Aos empresários deste país interessa a “produtividade, a qualidade, a competitividade e o capital. Mas o mais precioso dos capitais não será as pessoas?” E responde: “é preciso mudar as mentalidades e as políticas numa sociedade de pessoas que se dizem homens e mulheres de valores humanos e cristãos. Um direito inabalável é o direito ao trabalho! Não podemos aceitar que as pessoas trabalhem só para viver, o trabalho tem de ser digno e contribuir para a realização de cada um”.
Sendo o trabalho “uma dimensão fundamental do homem sobre a terra”, a comissão diocesana interpela a sociedade no sentido de um “empenhamento pela dignidade humana dos mais fracos, dos «improdutivos» e dos mais pobres”.