Fátima: É preciso que as famÃlias «não escondam os filhos com deficiência» - D. José Traquina
Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência realizou peregrinação jubilar ao Santuário
Fátima, 23 jun 2017 (Ecclesia) – O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência promoveu a peregrinação jubilar Santuário de Fátima, considerando que é uma oportunidade criar “sensibilidade” nas comunidades cristãs para este setor e para desafiar as famílias a “não esconder” dons de Deus.
“Entendemos que é preciso promover esta sensibilidade do ponto de vista pastoral nas comunidades mas também nas famílias. Que as famílias, as famílias cristãs, não escondam os seus filhos com deficiência, são dom de Deus”, disse D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa.
“Faz-nos bem acolher o testemunho das pessoas com deficiência, enriquece a nossa sensibilidade e valoriza-nos a vida, em toda a sua dimensão. É devagar e é lento que se faz alguma renovação em aspetos pastorais e não é só neste setor”, acrescentou o bispo vogal da Comissão da Pastoral Social e da Mobilidade Humana
Entre os dias 16 e 18 de junho, o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência (SPPD) promoveu a Peregrinação Jubilar das Pessoas com Deficiência, Famílias e Instituições ao Santuário de Fátima, com o lema ‘Caminhar Na Luz E Na Alegria – Ser Igreja Para Todos’.
Para a diretora do SPPD um “primeiro desafio” no setor “é ouvir e estar ao lado das pessoas”, é necessário reconhecimento e “todos aprendem”.
“A Igreja constrói-se com todos. Nesta peregrinação têm um testemunho, uma capacidade de se exprimir”, explicou Isabel Vale, uma das diretoras do serviço nacional criado pela Conferência Episcopal Portuguesa em novembro de 2010.
Com diversas dioceses presentes e movimentos na Peregrinação Jubilar das Pessoas com Deficiência e Famílias ao Santuário de Fátima referiu que “importa” ir ouvindo experiências e terem “capacidade de dinamizar, de ser um pouco o motor daquilo que depois localmente se faz”.
Para Cesariano Martins, do serviço pastoral na Diocese do Algarve, este iniciativa congregou “todo o país” em peregrinação jubilar onde as pessoas com deficiência vão perceber que “não são únicas, que a realidade é mais vasta”.
O serviço diocesano a pessoa com deficiência no Algarve foi oficializado em 2015, o seu responsável tem um filho autista que vai fazer 21 anos e se o início foi “um carrossel de emoções” foi fácil integrá-lo na sociedade e na Igreja onde “fez o percurso catequético, está no coro e num grupo juvenil”.
“Temos muitas capacidades”, afirmou por sua vez Manuela Silva que é invisual.
No Centro Paulo VI, em Fátima, a secretária do movimento internacional Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos destacou que uma pessoa numa cama “pode evangelizar, pode ter tempo para ouvir, para comunicar, para ser alegre e dar alegria”.
Já Jorge Novo explicou que na Diocese Bragança-Miranda procuram corresponder da “melhor forma” ao desiderato de dar “vez, voz, valor” e “protagonismo” às pessoas com deficiência numa região onde desenvolvem “parcerias, estratégias de trabalho com todos”, na Igreja e na sociedade.
O diretor do serviço criado a 19 março de 2014 na diocese transmontana disse que têm sempre presente “ideias fundamentais”, como: “Está nas nossas mãos, a indiferença é a pior deficiência que a pessoa pode ter e difícil de superar.”
Para o coordenador da Província Luzitana do Movimento Fé e Luz “acima de tudo” é necessária a “mudança de mentalidade” que “trará frutos para a Igreja”.
“Ou seja, é preciso olhar para a pessoa com deficiência como uma pessoa que tem algo a dar, são dons a partilhar e a acolher”, acrescentou Ricardo Rodrigues, eleito em janeiro deste ano.
CB/PR
Pessoa com deficiência