Cardeal James Francis Stafford preside à Peregrinação Internacional Aniversária de Julho
Em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, ao final da manhã de hoje, o Cardeal James Francis Stafford, que preside à Peregrinação Internacional de Julho (dias 12 e 13), sublinhou a alegria por estar de novo, pela terceira vez, em visita a este Santuário mariano.
Para o Cardeal Penitenciário-Mor da Penitenciaria Apostólica “Fátima é um dos mais privilegiados locais do mundo porque fala dos homens e das suas necessidades da misericórdia de Deus. Fátima é acima de tudo um lugar de espiritualidade, um lugar de Deus, mas, para aceitar a misericórdia de Deus, os devotos sabem que devem converter-se e praticar a penitência” e é aí, considera este cardeal norte-americano, que reside a força da mensagem de Fátima, neste apelo à conversão.
“A mensagem de Fátima é vivida pelos peregrinos portugueses, e também sei que pelos italianos. Eles compreendem, estão realísticos do sofrimento, das situações graves do mundo. Conhecem-se e sabem que têm necessidade de Deus e de pedir perdão a Deus, com actos de reconciliação e penitência. Eles ouvem e reconhecem que a mensagem de Fátima lhes fala sobre a sua identidade como pessoas e como pecadores”, refere o Cardeal Stafford, que visitou Fátima pela primeira vez em 1955, era ainda um jovem seminarista.
Após a primeira visita a Fátima, D. James Stafford regressaria a este Santuário em 2003, já como Cardeal, mas na qualidade de presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, onde presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária de Julho.
Questionado sobre a actualidade da mensagem de Fátima, o Cardeal Stafford considera que esta se mantém actual porque “este novo século se mantém irreal, é um mundo sem a verdadeira resolução dos conflitos. Não tendo conseguido o mundo verdadeiro, o homem criou e cria o mundo dos sonhos, um mundo onde o homem julga que pode criar a sua verdadeira felicidade, sem Deus. Os peregrinos sabem que é preciso combater esta essência da secularização, que é perigosíssima”.
“Maria, Nossa Senhora de Fátima é hodigatria, é quem aponta o caminho, é o caminho que nos leva a Jesus”, acrescenta.
D. Francis Stafford presidirá à Eucaristia desta noite, às 22h30. Para a homilia, o Cardeal James Stafford prepara uma reflexão sobre o tema anual proposto pelo Santuário de Fátima aos peregrinos «Guardar Castidade».
“O imperativo da secularização (no tema da castidade) é afirmar que a Igreja quer o sofrimento e a repressão, mas a Igreja insiste que é baseada na ressurreição do corpo que a castidade deve ser pensada. Só nas comunidades de fé se acredita que a ressurreição é possível pela pureza, pela castidade, pelo respeito pela pessoa humana”.
A sexualidade deve ser pensada no sentido da purificação do ser e não, considera o Cardeal, como “manipulação dos outros para próprio prazer”.
“O grande desafio da Europa é o desafio da socialização, em que homens e mulheres são pais e mães, aceitam a responsabilidade pela sua sexualidade, que tem como fim fazer nascer uma criança, e tudo aquilo que uma criança implica: amor, responsabilidade e estabilidade”, refere D. James Francis Stafford.