Jovens sem Fronteiras fazem das suas férias um tempo de serviço ao outro, país fora e além fronteiras
Desde há muitos anos que diversas experiências de férias missionárias levam, por esse país fora e além fronteiras, os Jovens Sem Fronteiras (JSF) que querem dar uma parte, ou a totalidade, das suas férias ao serviço dos outros.
Os JSF são um movimento missionário que se organiza em grupos paroquiais espalhados pelo país inteiro. Procuram fazer a animação missionária nas paróquias consciencializando-as da dimensão universal da Igreja.
Mais de noventa membros deste movimento, do Minho ao Algarve, vivem neste verão as “Semanas Missionárias Sem Fronteiras”. Seguindo a tradição que já vem de longe na Congregação dos Missionários do Espirito Santo, estas semanas missionárias apostam na pastoral directa, no trabalho social com idosos e outros grupos mais esquecidos, nos ATL’s com crianças e na pastoral juvenil.
Segundo os religiosos, “são também um momento forte de formação e de experiência comunitária para os JSF que fazem a experiência de Missão em tempo de férias”.
Estar em férias para os JSF não significa apenas descansar, mas sim fazer tudo aquilo que durante o ano, a escola ou o trabalho não lhes possibilita fazer. Durante 10 dias, jovens de todo o país deixam as suas casas para ir para realidades de igreja tão diferentes das suas: na primeira quinzena de Agosto, Vinhais –Bragança (com o P. Tony Neves), Alvalade do Sado –Beja (com o P. Eduardo Osório) e Neves –Beja (com o P. Gaudêncio Sangandu) foram as paróquias que acolheram as primeiras semanas missionárias. Nesta segunda quinzena, as paróquias anfitriãs são Ventosa-Vieira do Minho –Braga (com o P. Raul Viana) e Ribeira do Fárrio –Leiria-Fátima (com o P. José Manuel Sabença).
Voar
Estes JSF estarão em sintonia aos que, em Angola e S. Tomé e Príncipe, realizam o projecto “Ponte 2004”, uma experiência missionária fora do país, durante um mês, em países do continente africano. “Ponte”, como o próprio nome indica, tem como objectivo unir duas margens distantes e povos diferentes, possibilitando uma troca de experiências verdadeiramente enriquecedora.
O primeiro projecto “Ponte” foi em 1988, quando um grupo de JSF foi até Caio (Guiné-Bissau) com a “missão” de ajudar a construir a Escola sem Fronteiras. A Ponte 92 teve lugar em Cabo Verde. Em 1994, S. Tomé e Príncipe acolheu a Ponte 94, enquanto os JSF da região de Braga foram para a Guiné-Bissau. Em 1995 houve simultaneamente duas experiências em S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde. A Ponte 96 foi em Malanje (Angola), a de 97 no Huambo (Angola), a Ponte 99 teve lugar em Caio-Tubebe (Guiné-Bissau), a de 2000 em Netia (Moçambique), a de 2001 em S. Tomé e Príncipe, a de 2002 na Calheta de S. Miguel (Cabo Verde) e a de 2003 (ano de celebrações em que os JSF comemoraram 20 anos de existência) em Kaladula (Angola).
Este ano a “Ponte” 2004 será em dois locais: na Missão dos Dembos (Angola) e em Ribeira Afonso (S. Tomé e Príncipe).
Sem olhar a números
O coordenador nacional dos JSF, Pe. Tony Neves, falou à Agência ECCLESIA destas experiências de animação missionária espiritana, nas quais os jovens estão no centro das atenções. As férias, aqui, estão longe se representar o tempo em que não se faz absolutamente nada.
“Os JSF que participam nestas iniciativas são quase todos reincidentes, em África depois de fazerem a experiência de aqui, e outros gostariam de repetir e não o podem fazer porque estes projectos não funcionam em função do número”, refere.
De facto, o processo de preparação e selecção dos JSF implica uma caminhada no grupo de, pelo menos, 18 meses, e as actividades em tempo de férias não admitem ninguém que não esteja inserido no espírito do movimento. “Se quiséssemos teríamos mais de 200 jovens nas semanas missionárias, mas isso só iria prejudicar as iniciativas”, assegura o Pe. Tony Neves.
A missão em tempo de férias cativa os jovens, independentemente do seu destino, e transforma-os. Os grupos de JSF são paroquiais, pelo que a inserção na Igreja local é um ponto de honra, pelo que quando o verão acaba, ele são desafiados a prolongar o espírito das semanas missionárias no contexto das suas igrejas locais.