Nacional

Festival de Música em Porto de Mós

Pe. Armindo Janeiro
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Concerto evocativo da presença dos Agostinhos

No próximo dia 27 de Maio, pelas 21h30, a igreja de São Pedro de Porto de Mós acolhe um dos concertos do Festival Música em Leiria. O concerto, a executar pela Orquestra de Sopros da Escola de Música do Orfeão de Leiria, integra uma obra original do seu Maestro, Alberto Roque, intitulada Servus Tuus Humilis, dedicada a Santo Agostinho. Deste modo, por proposta do Ano Agostiniano e bom acolhimento da organização do Festival, na pessoa do presidente da direcção do Orfeão de Leiria, se evocará a presença da Congregação dos Agostinhos Descalços Portugueses em Porto de Mós, no âmbito das celebrações dos 1650 anos do nascimento do Padroeiro da Diocese. A todos os intervenientes – Compositor e Maestro, Orquestra e Orfeão, Câmara e Paróquia – expressamos a nossa gratidão. Nota histórica Em Portugal, os Agostinhos podem agrupar-se sob as designações de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, Eremitas de Santo Agostinho e Agostinhos Descalços. Houve, em cada um destes ramos, conventos masculinos e femininos. Ao território da diocese de Leiria chegaram os três ramos masculinos: os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (em Leiria, desde meados do século XII até à criação da Diocese), os Eremitas de Santo Agostinho (em Leiria, desde 1576), e os Agostinhos Descalços (em Porto de Mós, desde 1676). É sobre este último ramo que deixamos algumas notas. A Congregação dos Agostinhos Descalços foi criada em 1664 pelo padre Manuel da Conceição, com o apoio da rainha D. Luísa de Gusmão. O Convento do Bom Jesus dos Agostinhos Descalços de Porto de Mós, situado na actual igreja de São Pedro, foi fundado em 1676 na ermida com a invocação de Bom Jesus que, nas origens, terá sido uma leprosaria dedicada a Santo André. A sua criação inseriu-se num conjunto assinalável de fundações de conventos, colégios e hospícios em Portugal e no Ultramar, entre 1665 a 1756. Dada a sua exiguidade, o convento logo começou a ser acrescentado. A nova igreja, iniciada em 1691, terminou a sua construção em 1694. Em virtude da lei geral que aboliu as ordens religiosas, o convento foi extinto em 1834. Contudo, a extinção daquela instituição monástica não determinou a fim da sua influência na região. Com a velha igreja matriz de São Pedro, dela nos chegam notícias do século XIII, a ameaçar ruína – estava situada junto à actual praça da República, foi demolida em 1875 – e a devolução da igreja do convento do Bom Jesus, a sede da paróquia de São Pedro passou então para a igreja do antigo convento. Este, no entanto, haveria ainda de ser destruída por um incêndio. Das chamas apenas escapou a igreja e uma pequena parte do edifício. Em 1976, foram feitas grandes obras na igreja, sob a direcção do arquitecto Camilo Korrodi. Leiria, 15 de Maio de 2004 Pelo Centro de Formação e Cultura Pe. Manuel Armindo Pereira Janeiro


Diocese de Leiria-Fátima